Implicações metabólicas da exposição intrauterina a uma dieta hiperlipídica sobre a prole adulta de ratos espontaneamente hipertensos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: ROCHA, Marcelo Aurelio da
Orientador(a): DUARTE, Gloria Isolina Boente Pinto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFPE
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/23760
Resumo: O crescimento e o desenvolvimento fetal são determinados pelo genoma materno e do feto, bem como pela capacidade da placenta em suprir nutrientes como proteínas e gorduras para este último. Alterações no meio intrauterino que exponha o feto a situações adversas, resulta em adaptações que predispõem a doenças na fase adulta da vida. Neste trabalho foi investigado o impacto do consumo de uma dieta rica em lipídios (DH) e com baixo teor de carboidratos, durante o período gestacional e de lactação, sobre a prole de ratos espontaneamente hipertensos (SHR) aos seis meses de idade. Para isto, fêmeas foram alimentadas com DH do primeiro dia de gestação até o desmame (DHGL) ou com dieta labina (Presence® , grupo controle). Um outro grupo de fêmeas, recebendo a DH, foi tratado com pioglitazona (DHGL+ pio) por via oral do primeiro ao 15º dia de gestação. Após o nascimento, as proles foram divididas em 3 grupos de acordo com o padrão materno. O perfil bioquímico foi determinado através de kits comerciais, a concentração plasmática de insulina foi determinada por ELISA. Para avaliação do estresse oxidativo foi determinado os níveis de peroxidação lipídica (TBARS) e glutationa redutase (GSH) no fígado. A pressão arterial (PA) foi mensurada por medida direta em ratos acordados. Preparações de anéis de aortas torácicas foram utilizadas para avaliar a reatividade vascular. A DH aumentou os níveis glicêmicos das matrizes sem alterar triglicérides nem colesterol. A curva ponderal de crescimento até os 4 meses de idade foi similar nos grupos. Entretanto, aos 6 meses de idade a massa corporal do grupo DHGL foi maior (p <0,01) que o controle. Enquanto que o grupo tratado com pio apresentou massa corporal similar ao controle. Ainda, a ingestão de DH induziu aumento dos níveis teciduais de TBARS (p<0,05) e redução dos níveis de GSH, o que pode ter contribuído para a piora da disfunção endotelial apresentada pelos SHRs. O tratamento com pio não melhorou esse parâmetro. A resposta contrátil a fenilefrina foi semelhante em todos grupos experimentais. Não houve alterações nos níveis pressóricos da prole DHGL. Em conjunto, nossos resultados sugerem que a DH promove um meio intrauterino hiperglicêmico que pode ser a chave para as modificações metabólicas e funcionais encontrada na prole adulta e que, o tratamento das matrizes com pioglitazona, durante os primeiros 15 dias de gestação, protegeu a prole dos efeitos da hiperglicemia sem, contudo, melhorar a disfunção endotelial.