Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
FILHO, Raphael Douglas Monteiro Tenório |
Orientador(a): |
SAYÃO, Sandro Conzza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Filosofia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/19723
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Resumo: |
A pesquisa se empenha em analisar a fenomenologia da morte em Emmanuel Lévinas. Em Martin Heidegger, principal autor com o qual dialoga Lévinas, a morte é vista não como um fenômeno da vida, mas como um modo de ser do Dasein e que pode ser antecipada (vorlaufende Entschlossenheit), possibilitando o destrancamento do impessoal (das Man) e uma possível resignificação da existência inautêntica face a angústia da nadificação. Lévinas, no seu esforço de desontologizar a filosofia, vê a morte como um evento que afronta o presente do sujeito inter-essado (intéressement). Ao contrário da atracção existencial na qual a finitude está posta na Analítica Existencial, a morte, em Lévinas, é posta no exterior da existência, realizando-se como um anti-projeto. A morte é um enigma, uma experiência inexperienciável, uma alteridade estranha que dissipa os poderes compreensivos do sujeito, torna-o passivo, delineia os limites da razão e restringe a capacidade de antecipação à possibilidade mais radical da existência. Deste modo, acredita Lévinas, a morte do outro a “morte primeira”, uma experiência moral concreta, mais impactante do que os poderes da morte própria. O filósofo francês tem a morte como afecção do outro no Mesmo. Assim, é possível afirmar que morremos na morte de outrem. Angustiamo-nos por não possuirmos respostas (a não-resposta, o sem-resposta), por estarmos diante de um enigma absoluto que só temos a possibilidade de “sofrê-lo”, porque outros morrem junto e nem se pode “morrer por eles”, nem morrer a própria morte e nem ser dono de qualquer poder de decisão, a não ser que ela se aproxime, se avizinhe (voisinage). A essência da morte é o seu caráter de eterno futuro. Constitui-se, desta maneira, uma grandiosa metonímia na existência. Não a minha morte, mas a morte do outro é a morte primeira, pois é esse evento que me inicia e continua re-lembrando que sou mortal, pois não me apercebo desse fato todo o tempo. O acesso a mortalidade, a minha mortalidade, faz-se, desde Lévinas, via experiência da morte de outro. A angústia que me toma não é fundamental, prima, é um “sentimento” a posteriori que nesta etapa posterior irá me angustiar profundamente e de forma singular. |