Representação política e constituição de identidades: estudo sobre a narrativa petista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: MESQUITA, Rui Gomes de Mattos de
Orientador(a): BURITY, Joanildo Albuquerque
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9478
Resumo: Nessa pesquisa objetivamos estudar a história da relação de representação política entre o Partido dos Trabalhadores (PT), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Observamos, nesse contexto, vozes e demandas feministas no interior dessas agremiações. Refletimos acerca da existência de uma dimensão ontológica na ação de representação política, relacionando-a com o estabelecimento das curvas identitárias do PT, CUT e MST ao longo de suas histórias. Construímos para tal um instrumental analítico a partir da triangulação entre a teoria do discurso de Ernesto Laclau, a abordagem da identidade em análise de narrativas de Margaret Somers e a semiótica de Greimas. Desse esforço, surgiram, como contribuição teórica da pesquisa, o conceito de ambiente narrativo, que procura aproximar, em uma perspectiva não-idealista, as regras de formação dos discursos com a prática política; e a abordagem espacial de hegemonia, que propõe a incorporação da dimensão extralingüística dos discursos na análise política. Aceitando o desafio de contribuir para a superação da crise de paradigmas, que acreditamos assolar a tradição de esquerda, apontamos para a conveniência de se refletir acerca da necessária articulação entre os modelos social e representativo de democracia. Em contraposição à pretensa superioridade racional do discurso ético e republicano, propomos que as ações antagonísticas devem resignificar valores narrativos comunitários pré-modernos para construir um modelo socialista de democracia. O local emerge na narrativa petista como um espectro que ameaça o discurso ético-republicano e sua tentativa ideológica de promover um fechamento na totalidade do social. Tal discurso termina, entretanto, por interpelar a narrativa que analisamos. Esse processo culmina na construção de um modelo participativo de democracia, o modo petista de governar. Tal modelo, ao tornar a contrahegemonia intra-sistêmica, condiciona os termos pelos quais se darão as escolhas políticas e, portanto, limita o horizonte político e identitário de representantes e representados. Concluímos apontando para a possibilidade estratégica de se romper com o preceito liberal da autonomia da esfera política e promover uma articulação com outras esferas e dimensões do social (cultura, economia, religião, educação), como forma de fuga do corporativismo