Consensos e dissensos sobre a diversidade sexual e LGBTFOBIA na escola : quem fala, quem sofre, quem nega

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SILVA, Filipe Antonio Ferreira Da
Orientador(a): LAGE, Allene Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36147
Resumo: Os estudos da diversidade sexual e do enfrentamento da LGBTfobia nas escolas têm denunciado o quanto esse campo ainda é permeado por um conjunto de mecanismos de controle da sexualidade e na legitimação de violações, preconceitos e discriminações contra as identidades não-heterossexuais que permeiam o cenário escolar. Jovens e professores/as experimentam a LGBTfobia que se manifesta como a violência física, simbólica e verbal. Nessa direção, essa pesquisa buscou analisar os principais consensos e dissensos sobre diversidade sexual e LGBTfobia na escola e quem são os sujeitos que falam, que sofrem e que negam a existência desses fenômenos no ensino médio de Caruaru. Para atingir esse objetivo, optamos por utilizar referências teóricas de pesquisadores/as e autores/as que discutem teoricamente diversidade sexual e enfrentamento da LGBTfobia nas escolas. Foi dentro dessa mesma perspectiva, em termos metodológicos, que construímos a pesquisa, optando por uma abordagem qualitativa, método do caso alargado e aplicação de roteiro e entrevistas semiestruturadas com gestoras escolares e professores/as de escola da Rede Estadual de Ensino localizadas no município de Caruaru –PE. A interpretação dos dados foi realidade à luz do método do caso alargado e do trabalho de tradução. Nossos resultados evidenciam que os principais consensos nas escolas em relação a temática da diversidade sexual ocorrem por meio do compromisso dos/as professores/as em pautar, em suas disciplinas, as questões referentes a gênero e sexualidade, de forma que as identidades LGBTs que permeiam a escola sintam-se seguras e valorizadas. A gestão das escolas tem em sua atuação o compromisso em fortalecer as identidades não-heterossexuais que habitam o cenário escolar por meio do incentivo ao respeito e ao diálogo. Já os dissensos que surgem no cotidiano escolar, segundo os professores/as, indicam que a LGBTfobia é uma ameaça e uma violência que deve ser combatida, mas indicam que alguns professores/as, em situações recorrentes, não agem de forma justa para com-bater tal violência. Ambos os atores sociais dessa pesquisa afirmam ter a necessidade de formações sobre diversidade sexual e enfrentamento da LGBTfobia, dessa forma, poderão estar mais seguros para qualquer possibilidade ou patrulha ideológica conservadora que nega o debate da diversidade sexual e o enfrentamento da LGBTfobia nas escolas. O fato da formação pedagógica ser um recurso didático que precisa ser ofertado nas escolas vai ao encontro das limitações conceituais que encontramos nas falas das gestoras, resultando também no baixo envolvimento da gestão escolar na promoção de ações com vistas ao combate à LGBTfobia na escola e repasse de orientação inadequadas aos/as professores/as. Assim, concluímos que as questões de diversidade sexual e enfrentamento da LGBTfobia nas escolas pode evidenciar o lugar da razão metonímica quando ela elege que a diversidade sexual é ignorante, pela lógica da monocultura do saber e inferior, pela lógica da classificação social. Na contramão dessas duas lógicas, encontramos também a transgressão como possibilidade de reivindicar o direito a diversidade sexual e o fim do preconceito LGBTfóbico nas escolas.