Fatores associados ao estabelecimento da maloclusão dentária em adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SILVA, Genivaldo Moura da
Orientador(a): JAMELLI, Silvia Regina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34591
Resumo: A adolescência é a transição da infância para a fase adulta com alta demanda de bem-estar, que é buscada na aceitação dos pares e relações interpessoais, surgindo então, a valorização da imagem corporal, estética facial e aparência dentária. A maloclusão dentária é uma alteração do crescimento e desenvolvimento facial que inclui ossos, músculos e dentes. Esta manifesta-se como disfunção na mastigação, fonação e deglutição. As pesquisas ortodônticas identificam a ação genética e hábitos bucais como principais fatores no estabelecimento da maloclusão dentária. No entanto, o modo e tempo de atuação desses fatores não está totalmente esclarecido. Por isso, decidiu-se testar a hipótese de que a maloclusão está associada às condições de saúde bucal, acesso e uso de serviços odontológicos, comportamentos relacionados à saúde bucal, aspectos subjetivos de saúde bucal e características sociodemográficas. O objetivo deste estudo foi identificar fatores individuais e ambientais, e investigar a associação desses fatores no estabelecimento de diferentes tipos de maloclusão dentária em adolescentes. Realizou-se um estudo quantitativo, epidemiológico, analítico, de caráter transversal. A amostra constituiu-se de 1.151 adolescentes, de 14 a 19 anos de idade, de ambos os sexos matriculados na rede pública de ensino de São Lourenço da Mata, estado de Pernambuco, Brasil. Selecionados de forma sistemática e excluídos aqueles em tratamento ortodôntico ou com a correção ortodôntica concluída. A maloclusão foi caracterizada segundo o Dental Aesthetic Index considerando seus componentes isoladamente e de forma agrupada. Foi aplicado o modelo de Poisson com variância robusta e modelagem hierarquizada para avaliar a associação conjunta dos fatores sempre ao nível de significância de 5%. A prevalência da maloclusão agrupada foi de 79,9%. Os adolescentes que ao exame mostraram sangramento gengival, dentes perdidos, traumatismo dentário e não atribuíram importância aos dentes e gengivas para o convívio social apresentaram risco de oito a 19% maior de terem maloclusão. Considerando os tipos individualizados de maloclusão, ao apinhamento foi associada a condição de dentes não restaurados; ao espaçamento a idade maior de 14 anos; ao diastema o traumatismo dentário. Ao desalinhamento foram associados o não acesso a bens de consumo básico, não atribuir importância aos dentes e gengivas para as relações sociais, presença de cálculo dentário e traumatismo dentário. O overjet maxilar foi associado com a idade menor que 17 anos, ausência do hábito diário de escovação dentária, dentes cariados, bolsa periodontal rasa e traumatismo dentário. A mordida aberta anterior mostrou-se associada ao hábito de fumar e dentes cariados. A relação molar alterada teve os seguintes fatores de risco: quando apenas a mãe é provedora do lar, dentes perdidos, sangramento gengival e não relatar motivação para a consulta ao dentista. As condições de saúde bucal foram associadas a todos os tipos de maloclusão quando estudadas isoladamente. Por outro lado, a maloclusão do tipo overjet mandibular não apresentou associação com nenhuma das variáveis estudadas. Conclui-se que condições, comportamentos e aspectos subjetivos de saúde bucal, acesso e uso de serviços odontológicos e características sociodemográficas, são fatores individuais e ambientais associados ao estabelecimento da maloclusão dentária.