Das pedras vividas às pedras fumadas: narrativas de vida e envolvimentos com o crack no Recife/PE
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Sociologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32644 |
Resumo: | Apresenta-se aqui um estudo de natureza qualitativa a partir das narrativas de vida de pessoas envolvidas com o crack no Recife/PE. Busca-se compreender os envolvimentos dos (as) entrevistados(as) com o crack, identificando aspectos circunstanciais desses envolvimentos e os fatores de ordem estrutural que permeiam suas trajetórias de vida. O crack chegou ao Brasil há três décadas, aproximadamente. Considerando-se os desdobramentos que o fenômeno dos envolvimentos com o crack assume em nossa realidade, recorre-se às narrativas de vida dos atores sociais diretamente envolvidos no processo, enquanto recurso metodológico com vistas à produção de dados empíricos. A perspectiva de análise aqui apreciada, bem como, o esforço para problematizar esses envolvimentos permitiu levantar questões que não costumam ser priorizadas pela grande maioria das abordagens existentes sobre o tema. Na contramão dos estereótipos direcionados a perfis étnico-raciais e sociais específicos, os relatos de vida dos(as) entrevistados(as) falam tanto quanto ou mais de práticas socioculturais consolidadas na sociedade brasileira do que unicamente de si mesmos. O estudo mostra que as narrativas sobre as infâncias, que remetem aos processos de socialização primária, sobre as famílias e acerca dos contextos de vivência sob os quais cada entrevistado(a) foi construindo sua trajetória de vida, evidenciam relações de confiança e aspectos de ordem emocional, que se fundem na dialética das interações sociais e na trama dos seus envolvimentos com o crack. As narrativas de vida apontam que o crack chega num cenário marcado por exclusão, negação de direito sociais mínimos, estigmatização e demais práticas socioculturais reproduzidas e naturalizadas na dinâmica social brasileira, que terminam por exercer ‘afinidade eletiva’ com o aparato político-ideológico da “guerra às drogas”. Nesses termos, o grande desafio que aqui se coloca é darmos conta das ‘pedras’ diariamente vividas, antes mesmo daquelas que chegam a ser fumadas. |