Acurácia da fração exalada do óxido nítrico no diagnóstico de sibil recorrente e não recorrente em crianças pré-escolares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: SAYÃO, Larissa Bouwman
Orientador(a): BRITTO, Murilo Carlos Amorim de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16552
Resumo: A sibilância é um sintoma respiratório comum na prática pediátrica e sua recorrência durante a infância relaciona-se com o acometimento inflamatório das vias aéreas. Com objetivo de alcançar a quantificação da inflamação eosinofílica em crianças pequenas, a fração exalada de óxido nítrico (FENO) vem sendo utilizada mundialmente por se tratar de um método fácil e não invasivo. No entanto, ainda são escassas as informações sobre a acurácia diagnóstica desta medida na idade pré-escolar. Esta dissertação está estruturada sob a forma de três artigos originais. O primeiro trata-se de uma revisão sistemática realizada com objetivo de avaliar a acurácia da FENO no diagnóstico de asma infantil pelo padrão-ouro da espirometria. Os resultados mostram que o melhor ponto de corte para diagnóstico de asma em crianças de 5–18 anos é de ≥19 partes por bilhão (ppb), enquanto que para o diagnóstico de asma atópica nessa mesma faixa etária é de ≥22 ppb. Outros estudos são necessários, com amostras baseadas em cálculo amostral, para padronizar os pontos de corte ideais em diferentes subgrupos etários. O segundo artigo desta dissertação foi realizado com objetivo de avaliar a acurácia diagnóstica da FENO quanto aos tipos de sibilância. Para isso, 423 pais de pré-escolares (3-5 anos) provenientes de creches e escolas públicas responderam a um questionário de doenças respiratórias, e posteriormente, seus filhos foram avaliados quanto à medida da FENO. Observou-se que o valor médio da FENO diferiu entre os grupos de sibilantes e o ponto de corte de 6 ppb foi o que melhor apresentou acurácia para discriminar sibilantes de não sibilantes (RV+= 4,1; IC 95%= 3,07-5,72) enquanto que o ponto de corte de 10 ppb foi o melhor para discriminar sibilantes recorrentes de não recorrentes (RV+= 3; IC 95%= 1,96- 4,68). Para os dois pontos houve aumento da probabilidade pós-teste estimada pelas razões de verossimilhança. As informações advindas do questionário resultaram no terceiro artigo original, que teve como objetivo identificar os possíveis fatores de risco relacionados ao desenvolvimento da sibilância. Entre as variáveis investigadas aquelas que compuseram o modelo de regressão logística foram: valor de FENO ≥ 10 ppb (OR= 11,6; IC 95%= 5,1-26,6; p<0,0001), uso de oxigênio ao nascimento (OR= 2,8; IC 95%= 1,3-6,2; p=0,008), internação hospitalar por doença pulmonar até os dois anos (OR= 7,1; IC 95%= 4,0-12,5; p<0,0001), dermatite atópica (OR= 2,1; IC 95%= 1,2-3,9; p=0,010) e rinite alérgica (OR= 2,1; IC 95%= 1,3-3,5; p=0,002). A probabilidade estimada para desenvolver sibilância com todos os fatores presentes foi de 99,5%, enquanto que foram observados 15,7% de chance na ausência dos fatores mencionados. Dessa forma, o valor de FENO pode ser uma alternativa útil para o diagnóstico e rastreamento de crianças com risco para sibilância.