Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
ALMEIDA NETO, Francisco Bezerra de |
Orientador(a): |
COSTA, Vlaudia Maria Assis |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48725
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Resumo: |
A hanseníase é uma doença caracterizada por respostas imunes antagônicas que envolve a participação de diferentes populações celulares direcionando os pacientes para polos de maior ou menor resistência à infecção. A dicotomia da resposta imunológica é classicamente relacionada aos linfócitos TH1 e TH2, embora já ter sido verificado o importante papel de outras subpopulações linfocitárias como a TH17. Para exercerem suas funções, estas células dependem não somente da produção de citocinas, mas também da expressão de quimiocinas, que são ainda pouco exploradas. O presente estudo teve como objetivo avaliar a população de células TH17, de linfócitos Tregs, de linfócitos TregsCCR5+/+ e a frequência das quimiocinas CCL2, CCL5 CXCL8, CXCL9 e CXCL10 em 33 pacientes com hanseníase. Os pacientes foram classificados clinicamente (Madrid) e estratificados operacionalmente (Organização Mundial de Saúde). As populações celulares foram cultivadas e estimuladas com a fitohemaglutinina (PHA) e o bacilo de Calméte Guerin (BCG), centrifugadas, ressuspendidas, fixadas, permeabilizadas e marcadas. Os sobrenadantes foram coletados para determinação das quimiocinas utilizando o kit CBA Human Chemokine CXCL8, CXCL9, CXCL10, CCL2 e CCL5. Os testes ANOVA, Kruskal-Wallis, Dunns e Tukey foram empregados na análise estatística sendo considerado significativo p<0,05. Pacientes tuberculóides (TTs) expressaram de maneira significativa mais linfócitos TH17 tanto com o BCG (0,8 ± 0,3 % células) quanto com a PHA (1,67 ± 0,6 % células), sem diferenças na frequência das células Tregs. Pacientes virchowianos (VVs) apresentaram maior frequência de TregsCCR5+/+ quando estimulados com PHA (0,632 ± 0,38 % células) ou BCG (0,335 ± 0,14 % células) do que pacientes TTs estimulados com PHA (0,31 ± 0,1 % células) ou BCG (0,18 ± 0,07 % células). CCL2 e CCL5 não apresentaram diferenças estatísticas. CCL5 demonstrou elevadas e uniformes concentrações em comparação com as demais. Houve uma diferença significativa (p<0.05) na expressão de CXCL8 entre os pacientes TTs estimulados com a PHA e os pacientes VVs sem estímulos, demonstrando se tratar de um bom biomarcador para colaborar com o diagnóstico de pacientes paucibacilares. CXCL9 demonstrou ser um biomarcador possivelmente capaz de colaborar com o diagnóstico de pacientes com infecção latente pelo Mycobacterium leprae, por apresentar-se significativamente elevada em pacientes tuberculóides sem estímulo em comparação com pacientes VVs estimulados com PHA (p<0.05). CXCL10 não demonstrou ser útil na distinção entre as formas clínicas e operacionais da hanseníase. Em conclusão, os resultados mostraram uma maior frequência de células Tregs CCR5+/+ em pacientes VVs, sugerindo um papel imunorregulatório relevante na hanseníase. CXCL8 e CXCL9 demonstraram se tratar de potenciais biomarcadores para distinção entre as formas clínicas, necessitando que estudos futuros e extensos sejam realizados para explorarem-se as possibilidades de sua utilização para estratégias diagnósticas, imunoprofiláticas ou de tratamento nesta doença milenar que permanece negligenciada. |