“Operários! Uni vos!” : experiência e formação de classe na Fábrica de Tecidos Rio Tinto (Paraíba, 1924-1945)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: VALE, Eltern Campina
Orientador(a): DABAT, Christine Paulette Yves Rufino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Historia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34613
Resumo: Esta tese de doutoramento estuda o processo de formação da classe operária na Fábrica de Tecidos Rio Tinto, na Paraíba, entre 1924 a 1945. Pertencente ao patrimônio indústria têxtil da família Lundgren, esta tecelagem era filial da Companhia de Tecidos Paulista, sua matriz em Pernambuco. Construída entre 1917 e 1924, a cidade-fábrica logo se constituiu enquanto espaço de forte atuação operária, nas suas diversas categorias. A partir do início dos anos 1930, em específico, incrementado na organização do Sindicato Têxtil, em 1932, os trabalhadores logo se organizaram na luta contra o patrão, na luta por direitos. No contexto dos primeiros Decretos Trabalhistas do Governo Getúlio Vargas até a promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho em 1943, o movimento operário confrontou a direção da tecelagem para o seu cumprimento. Portanto, fazer cumprir os decretos e requerer melhores condições de vida e trabalho (em especial, numa fábrica com considerado número de acidentes), estava na agenda de luta dos trabalhadores, importante para o processo de consciência de classe. A atuação do Partido Comunista, com a criação da “Célula Rio Tinto” em fins de 1932, inseriu o movimento operário da cidade-fábrica, nos planos de ação dos comunistas do eixo Pernambuco-Paraíba. Assim, a criação e publicação de jornais por operários de Rio Tinto, bem como a circulação de outras folhas similares, estavam inserido enquanto instrumento classista reivindicatório, no contraponto a imprensa oficial. A conjuntura final, entre 1937 a 1945, encontra uma classe operária com identidades e interesses em comum, na luta contra o patrão. Neste período, seus laços de solidariedade são fortalecidos, busca-se a justiça no requerimento de direitos e com a recriação do Sindicato Têxtil em 1943, a disputa pelo seu controle é vista. Soma-se a este contexto, o tensionamento das relações entre operários brasileiros e técnicos alemães ao fim da Segunda Guerra Mundial. Portanto, a partir de amplo material documental, reescrevemos e retiramos do silenciamento as experiências destes trabalhadores e trabalhadoras da cidadefábrica Rio Tinto.