Consumo alimentar, antropometria e composição corporal : um estudo em crianças com microcefalia por Síndrome da Zika Congênita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: MARTINS, Olga Sophia de Sousa
Orientador(a): CABRAL, Poliana Coelho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39060
Resumo: O objetivo desse estudo foi avaliar o perfil nutricional e investigar a associação entre consumo calórico, antropometria e composição corporal de crianças com microcefalia por Síndrome da Zika Congênita (SZC). Estudo do tipo série de casos com 52 crianças entre 2 e 3 anos de idade, atendidas ambulatoriamente no Serviço de Gastroenterologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. O consumo alimentar foi avaliado pelo recordatório de 24h, realizado cálculo de inadequação e distribuição de macronutrientes, a composição corporal por meio da bioimpedância elétrica com cálculo do índice de massa livre de gordura (IMLG) e índice de massa gorda (IMG) e o perfil antropométrico com o uso do escore Z dos índices: altura/idade (ZA/I), peso/idade (ZP/I) e índice de massa corporal/idade (ZIMC/I). Em caráter complementar foi avaliada a circunferência do braço (CB) e da cintura (CC). O excesso de peso (sobrepeso + obesidade) foi evidenciado na amostra em 5,7% pelo ZP/I e 21,1% segundo o ZIMC/I, o excesso de massa gorda foi encontrado em 30,4% das crianças. A frequência de baixo peso foi de 34,6% pelo ZP/I e 26,9% pelo ZIMC/I e o déficit de estatura e de massa gorda foi encontrado em 34,6% e 45,7% das crianças respectivamente. Pela mensuração da CB, 11,5% e 32,7% das crianças apresentaram valores compatíveis com o diagnóstico de desnutrição e obesidade, respectivamente. A medida da CC apontou que 9,6% das crianças apresentavam obesidade abdominal. De acordo com a condição nutricional pelo ZIMC/I e a via de alimentação, as crianças com nutrição enteral apresentaram menor frequência de baixo peso e maior de excesso de peso, quando comparadas com as crianças alimentadas pela via oral. Com relação ao consumo insuficiente, observa-se que a inadequação calórica foi de 23% no sexo masculino e 19% no sexo feminino. O maior percentual de inadequação encontrado foi o de fibras, quase 100,0% em ambos os sexos e em relação aos micronutrientes: cálcio, vitamina A, ferro e zinco, a inadequação foi de 30,0%, 3,0%, 9,0% e 1,0% para os meninos e 19,0%, 14,0%, 4,0% e 0,38% nas meninas, sem diferencial estatisticamente significante entre os sexos. Não foi evidenciada associação significante entre o consumo calórico excessivo e o excesso de peso e de massa gorda, por outro lado, também não houve associação entre o baixo peso e o consumo calórico abaixo do 1º tercil. Os achados evidenciaram um perfil nutricional peculiar, com elevadas frequências de baixa estatura, baixo peso, excesso de peso e de massa gorda os quais se mostraram associados a via de alimentação, mas não ao consumo calórico. Ou seja, os dados mostram a necessidade de um monitoramento contínuo dessas crianças, objetivando uma conduta terapêutica individualizada e adequada a sua condição nutricional.