Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
GLÉRIA, Ana Carolina Faria Coutinho |
Orientador(a): |
ALBUQUERQUE, Eliana Borges Correia de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3858
|
Resumo: |
A presente pesquisa trata do que os sujeitos analfabetos idealizam e conhecem acerca da escrita, sujeitos estes que não possuem habilidades referentes à leitura e à escrita, mas vivem em um mundo grafocêntrico no qual a todo o momento estão em contato com textos escritos. Os sujeitos da pesquisa são pessoas que freqüentaram (ou não) uma sala de aula por um curto período de tempo, e que dizem não possuir habilidades de ler e escrever, mas lidam com a leitura e a escrita em seus cotidianos. Esta tese buscou investigar como os sujeitos lidam com a leitura e a escrita e porque não estudaram ou não terminaram os estudos e estão atualmente fora de uma sala de aula de Educação de Jovens e Adultos - EJA. Procurou analisar os conhecimentos que esses sujeitos possuíam sobre o Sistema de Escrita Alfabética. A metodologia utilizada teve uma abordagem qualitativa, e um caráter de pesquisa de campo. Foram utilizadas conversas informais, entrevistas semi-estruturadas, uma atividade de aquisição da língua escrita para abordar os saberes dos sujeitos acerca das práticas de leitura e escrita, além de uma atividade para avaliar o nível de letramento dos sujeitos. O objetivo principal foi analisar o que e o quanto os adultos analfabetos sabem acerca do Sistema de Escrita Alfabética (SEA), e analisar como criam estratégias de interação com as atividades discursivas escritas para estarem inseridos e lidarem com o mundo grafocêntrico no qual vivem. A pesquisa trouxe como resultados que os sujeitos lidam com as práticas e eventos de letramento nos quais participam no dia-a-dia de forma a tentarem estar inseridos nesse mundo grafocêntrico de maneira autônoma, entretanto, em muitas ocasiões necessitam do outro leitor e escritor para mediar tais práticas e eventos para estabelecerem interações com as atividades discursivas escritas em que se envolvem, com base no que aprenderam no contexto do cotidiano, estabelecendo vínculos com a prática escrita de diferentes formas. Ao estarem em contato com o outro , seja enquanto pessoa ou enquanto meio escrito, acabam por apreender alguns aspectos do Sistema de Escrita Alfabética, de modo informal, nas relações dialógicas de aprendizagem, que não acontecem somente de sujeito para sujeito, mas também nas interações do sujeito com materiais escritos, vivência que atribui a eles o poder de apropriarem-se de algumas práticas letradas. Dessa forma, a pesquisa conclui que os sujeitos ditos analfabetos possuem conhecimentos de base letrada, inclusive conhecimentos acerca do Sistema de Escrita Alfabética, porém, não percebem seus próprios saberes. Caso a escola levasse em consideração esses saberes que os analfabetos já possuem, o processo de ensino aprendizagem seria mais proveitoso e significativo |