Ta ni n’sọrọ? As representações sociais dos quilombolas nos telejornais da Globo no Maranhão e na Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: ARAÚJO, Danilo Borges e Silva de
Orientador(a): MESQUITA, Giovana Borges
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Comunicacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39966
Resumo: A presente pesquisa busca compreender como a imagem das populações quilombolas é construída por dois telejornais da TV Globo na região Nordeste. Mais especificamente pelos telejornais dos estados do Maranhão e da Bahia: o JMTV 1ª Edição e o BATV. Para isso, unimos a Teoria das Representações Sociais e as Teorias do Jornalismo para entender como os telejornais representam cotidianamente as populações quilombolas. Para analisar todos os conteúdos jornalísticos sobre quilombolas exibidos nos telejornais, utilizamos a Análise de Conteúdo, qualitativa e quantitativa. Nossa amostra compreende 19 conteúdos, entre reportagens, notas simples, notas cobertas, no período de 2012 a 2019. O nosso problema, traduzido em forma de pergunta, é: De que modo as populações quilombolas são representadas pelos telejornais da Rede Globo de Televisão nos estados do Maranhão e da Bahia? A pesquisa tem uma contribuição na medida que busca entender como os jornalistas pautam a questão quilombola, uma vez que o telejornalismo tem, dentre tantas outras funções, a de classificar, sistematizar, organizar e hierarquizar as informações, contribuindo para uma construção social da realidade. Em um grupo social carente de ações do poder público, quando as instituições falham, o telejornalismo funciona também como um espaço no qual a população recorre para que seus problemas sejam mostrados, na expectativa de que possam ser solucionados. São os telejornais que possibilitam que as diversas ações do cotidiano de homens e mulheres ganhem visibilidade e repercussão. Nesse sentido, o trabalho aposta nesse diálogo entre as representações sociais e o telejornalismo como uma contribuição para que possamos compreender o mundo em que vivemos. Evidenciamos que os telejornais possuem diferenças significativas quanto ao formato, abordagem e tempo das notícias veiculadas. Em resumo, quando comparamos os telejornais vemos que o JMTV 1ª Edição noticiou as populações quilombolas 20 vezes mais, veiculando 16 reportagens a mais do que o BATV; e apresentou o maior tempo de notícias com a temática quilombola, com 53 minutos e 58 segundos a mais do que o telejornal baiano. Mesmo com essas diferenciações entre os telejornais JMTV 1ª Edição e BATV, as populações quilombolas são representadas como negros, descendentes de escravos, pobres, subversivos, criminosos, sem lugar de pertencimento, sujeitos sem direitos, desinformados e que necessitam de informações e ajuda. Representações feitas pelos telejornais, que levam a população a um entendimento distorcido dessa população, uma vez que o telejornalismo contribui para a construção da realidade social.