Avaliação da segurança e da eficácia de um alimento funcional à base de leite caprino fermentado em um modelo experimental de síndrome metabólica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: FIGUEIREDO, Áurea Marcela de Souza Pereira
Orientador(a): MAIA, Maria Bernadete de Sousa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48605
Resumo: Em virtude de uma alimentação não balanceada e outros componentes do estilo de vida, tem-se evidenciado um aumento na prevalência de doenças crônicas principalmente as associadas a distúrbios metabólicos como os presentes na síndrome metabólica. A síndrome metabólica caracteriza-se por um grupo de anormalidades metabólicas e fatores clínicos como resistência à insulina, dislipidemia, hipertensão, obesidade, aumento da circunferência abdominal, que pode ser induzida através de uma dieta não saudável, por outro lado, os estudos avançam na investigação de potenciais nutrientes ou alimentos que evitem ou tratam tais distúrbios, nesse contexto pode-se citar o leite de cabra. A espécie Limosilactobacillus mucosae tem grande potencial para produção de alimentos probióticos, com efeitos comprovados frente a fatores de risco para as doenças acima citadas. A inulina é um dos prebióticos mais estudados enquanto que simbióticos incluem uma mistura de microrganismos vivos e substratos seletivamente utilizados por microrganismos habitantes do organismo que conferem benefício à saúde do hospedeiro. Nesse estudo avaliou-se o efeito de leite caprino fermentado com inulina, Streptococcus thermophilus e L. mucosae CNPC007 (cepa potencialmente probiótica, isolada de leite de cabra) em um modelo experimental de síndrome metabólica. Para toxicidade de dose única utilizou-se camundongos Swiss Webster fêmeas de acordo com método up and down OECD 425. Para a toxicidade de doses repetidas foram utilizados ratos Wistar machos e fêmeas, segundo o método OECD 407. Para a indução da síndrome metabólica, ratos Wistar machos foram alimentados com Dieta Ocidentalizada (DO), os demais com Dieta Presence® (DP) por 150 dias mais 30 de tratamento com o leite caprino fermentado. Os resultados obtidos demonstraram que o produto em estudo não apresentou sinais de toxicidade ou de mortalidade quando administrado por gavagem em dose única (20 mL/kg), nem em doses repetidas (3 mL/kg, 6 mL/kg ou 12 mL/kg). O NOAEL (maior nível de dose administrada onde não se observam efeitos adversos) sugerido foi superior a 20 mL/kg após administração por gavagem de dose única e superior a 12 mL/kg após administração por gavagem de doses repetidas (cada mL fornece 7,4 – 7,9 log UFC de L. mucosae) sendo, portanto, considerado de baixa toxicidade, seguro para uso em roedores e possibilitando o uso futuro em novos estudos. Observou-se que os animais alimentados com DO desenvolveram síndrome metabólica, visto que apresentaram peso corporal maior que os animais alimentados com DP, mesmo com consumo de ração menor, além de apresentarem pressão arterial sistólica, índice de massa corporal, circunferência abdominal, glicemia de jejum e perfil lipídico indesejável maiores que os animais alimentados 9 com DP. O tratamento com o leite fermentado pelo período de 30 dias, nas doses de 3 ou 6 mL/kg, promoveu redução dos níveis de pressão arterial sistólica, colesterol total, triglicerídeos, LDL-c e de glicemia de jejum, mesmo mantendo o uso da DO, resultados estes que não sofreram alteração em função da dose. Esses resultados fortalecem a hipótese de que o leite fermentado utilizado no estudo é um produto com potencial a ser usado frente ao tratamento de doenças que envolvem a síndrome metabólica, necessitando de estudos futuros com animais para que possam ser avaliados pontos que o candidatem como possível terapia não farmacológica.