Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
BEZERRA, Adma Soares |
Orientador(a): |
SALLES, Conceição Gislane Nóbrega Lima de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24426
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Resumo: |
A presente pesquisa insere-se nas discussões concernentes aos múltiplos discursos da infância e da educação a ela destinada ao longo da contemporaneidade, problematizando a entrada desta infância – aqui vista como interrupção do mesmo e surgimento do novo – no primeiro ano do ensino fundamental de nove anos obrigatório, aos 06 anos de idade, tal como estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) 10.172/2001. Nesta direção, o objetivo geral deste trabalho foi o de identificar o que dizem as crianças do primeiro ano do ensino fundamental de nove anos obrigatório da rede pública da cidade de Caruaru, sobre o espaço escolar por elas frequentado e sobre si mesmas neste referido espaço. E específicos, identificar através das vozes das crianças suas impressões referentes ao espaço escolar por elas frequentado; mapear por meio da escuta às suas vozes como as crianças se percebem neste espaço escolar, e buscar compreender pelas vozes das crianças os lugares ocupados pela infância na sala de aula. Delimitou-se como campo investigativo uma escola da rede pública localizada na zona rural da cidade de Caruaru, que enquanto etapas de ensino contempla a Educação Infantil (turno da manhã), o Ensino Fundamental de Nove Anos Obrigatório (turnos da manhã e tarde) e a Educação de Jovens e Adultos - EJA (turno da noite). Nossos sujeitos de pesquisa totalizaram 24 crianças, alunos da turma do primeiro ano do ensino fundamental da escola já referenciada, sendo especificamente 14 meninos e 10 meninas com idades entre 06 e 07 anos. Como estratégias metodológicas foram utilizadas rodas de conversas, jogos e leitura de histórias com as crianças além de diárias observações e interações outras (conversas individuais, brincadeiras) com os nossos sujeitos de pesquisa do/no ambiente escolar. Apoiamo-nos em uma abordagem de cunho qualitativa e uma metodologia de enfoque etnográfico considerando sempre a paradoxal forma de apreensão e transmissão dos dados obtidos, onde simultaneamente, começo e continuidade, conservação e renovação mesclam-se como possibilidade. O nosso arcabouço teórico possui um teor mais filosófico e é composto por autores que debatem a infância e a educação a ela destinada de lugares distintos às discussões etapistas – não as excetuando, no entanto - da cronologia (SKLIAR, 2003, 2012, 2014; LARROSA, 2004, 2011, 2014; KOHAN, 2002b; PEREIRA, 2012 dentre outros). Olhando para os nossos dados, faz-se possível pontuar que as nossas escolas parecem não se reconciliar com a infância: a induz a ser só um tempo que passa, um tempo que se desfigura ao ser tempo, um tempo que acaba, enfim, por desvanecer-se. A infância escolarizada é convidada a ser somente uma estrita reta: um tempo antes, um tempo durante e um tempo depois, onde alinhar o próprio corpo, negando-lhe assim infinitude e multiplicidade. Mas a infância resiste e é poética da palavra. A Infância cuja palavra é a explosão do ser no tempo. Tempo que é verossímil. Tempo como o único tempo possível. Impossibilidade do tempo. Desmesura do tempo. Tempo como talvez para uma educação que não anule o outro. |