Resumo: |
O São João de Campina Grande, objeto deste estudo, é hoje um evento de enorme repercussão nacional e até internacional, devido ao seu caráter cultural e regional e pelo resgate às raízes nordestinas, embora tenham sido inseridos, ao longo dos vários anos, elementos considerados modernos, seja no aspecto musical, gastronômico e até no jeito de vestir-se de seus freqüentadores, dando contornos de espetáculo ao megaevento realizado no interior da Paraíba. Neste sentido, o São João de Campina Grande assumiu diversas formas de manifestar sua identidade e seus símbolos. Assim, partiu-se da premissa de que a identidade é marcada pela diferença, surgindo então a pergunta de pesquisa: como se configura a identidade cultural do São João de Campina Grande com a sua transformação em megaevento? Para isso, utilizou-se uma pesquisa qualitativa por meio de entrevistas, cujos dados foram acessados junto a quatro grupos de agentes produtores do São João de Campina Grande. Os dados coletados e analisados foram agrupados em 10 dimensões, que remetem para uma diferença entre os discursos dos entrevistados, pautados no paralelo tradição x modernidade, a saber: Explorador X Valoroso, Segregador X Segmentado, Incômodo X Oportuno, Provedor X Lucrativo, Memorial X Antiquado, Singelo X Simplório, Autêntico X Estagnado, Orgulhante X Atraente, Artesanal X Profissional, e Permissivo X Diversificado. Desta forma, os resultados apontam para a identificação de que o São João de Campina Grande se configura pela existência de dicotomias que sustentam dois discursos identitários, o tradicional e o moderno. |
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