Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
SÁ, Carolina Figueiredo de |
Orientador(a): |
LEAL, Telma Ferraz |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38572
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Resumo: |
Trata-se de pesquisa teórica, na perspectiva do materialismo dialético, que teve como objetivo geral analisar o conceito de mediação em Vigotski no âmbito do debate crítico à pedologia na URSS de 1930. Os objetivos específicos foram: a) analisar o conceito de mediação intersubjetiva e intrassubjetiva na obra de Vigotski; b) identificar e mapear conceitualmente a crítica à pedologia, desenvolvida na década de 1930 na URSS e c) analisar as abordagens acerca do conceito de mediação de Vigotski na bibliografia crítica à pedologia daquele período. Os procedimentos do estudo consistiram em pesquisa bibliográfica e análise documental da obra de Vigostki, na análise de conteúdo (BARDIN, 2002) dos artigos críticos à pedologia e na análise cruzada da abordagem do conceito de mediação no debate pedológico. As fontes primárias utilizadas foram: a) trabalhos pedológicos de Vigotski, b) artigos dos debatedores críticos à pedologia dos anos de 1930, c) documentos e resoluções oficiais do período referentes à pedologia e à educação soviéticas. Como fontes secundárias, utilizou-se trabalhos de comentadores russos e de outros países acerca do objeto de estudo. Na análise da produção pedológica de Vigotski, quanto a mediação intrassubjetiva, num primeiro momento o desenvolvimento do pensamento foi interpretado pelo autor como um conjunto de "super-reflexos" (VIGOTSKI, 1926/2016) ou como um encadeamento de estágios e fases de acordo com as faixas etárias e com sua interação com o ambiente (VIGOTSKI, 1928/1999; 1929-1931/1998). Posteriormente, o autor passa a enfatizar a mediação pela linguagem para o desenvolvimento psicológico, através do desenvolvimento do significado das palavras (VIGOTSKI, 1934/2009). Quanto a mediação intersubjetiva, a linguagem também adquire importância teórica crescente na obra de Vigotski. Assim, identifica-se que, para Vigotski, a mediação pela linguagem passa a ser compreendida como a propulsora do desenvolvimento do pensamento - Tese Conceitual deste trabalho. Em contraponto, defende-se que, na perspectiva materialista dialética, pensamento e linguagem, intrasubjetivamente, conformam uma “unidade imediata” (MARX, 1996[a]; MARX, ENGELS, 2007[a,b]) e, portanto, o desenvolvimento do pensamento não seria mediado intrassubjetivamente pela linguagem, mas por via de processos lógicos, como análise e síntese (SAVIANI, 2015) e, intersubjetivamente, pela prática social dos sujeitos. Sustenta-se que os processos intersubjetivo e intrasubjetivo de desenvolvimento do pensamento são mediados direta e indiretamente, respectivamente, pela prática social. A análise dos artigos críticos de 1930 à pedologia aponta que predominou a crítica à perspectiva vigotskiana acerca das relações entre o ser social e a consciência individual, bem como à relação entre o fator biológico e o ambiente no desenvolvimento. Evidencia-se que as modificações teóricas de Vigotski quanto ao conceito de mediação foram condicionadas historicamente pelo debate crítico à pedologia - Tese Contextual deste estudo. Sustenta-se que a crítica à pedologia foi motivada, preponderantemente, pelos impactos práticos e pedagógicos da mesma na vida escolar soviética - Tese de caráter histórico. A tese contribui com problematizações acerca da teoria vigotskiana em sua relação com o debate pedológico de 1930 na URSS, de conhecimento ainda restrito no Brasil, e evidencia sua importância para a discussão teórica e prática sobre a mediação da aprendizagem pelo trabalho pedagógico na escola. |