Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
BARROS, Tainã Aynoã dos Santos |
Orientador(a): |
SCOTT, Russell Parry |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Antropologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29454
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Resumo: |
A questão da moradia ainda é um problema para as classes populares no Brasil. Dentro desse contexto, é de se reconhecer que a moradia é uma preocupação maior ainda quando estas pessoas são mulheres, devido à típica divisão de gênero do trabalho, que atrela os homens à esfera pública da vida, e as mulheres à esfera privada, no âmbito reprodutivo, excluindo as mulheres de um processo de autonomia financeira. A mulher na figura de mãe, esposa, trabalhadora e dona de casa, se vê ainda entre uma realidade de vida aprisionadora. É nesse contexto que se encaixam as mulheres moradoras do conjunto habitacional Nova Vida, no bairro do João de Deus, em Petrolina, sertão pernambucano. Contempladas pelo programa habitacional “Minha Casa Minha Vida”, possuem uma realidade diferenciada no quesito moradia, pelo fato de a política do programa garantir a titularidade feminina em famílias com perfil de renda entre zero e três salários mínimos. No dilema de administrarem suas múltiplas situações de vida, desenvolvem várias estratégias e agenciamento frente às adversidades cotidianas, o que evidencia seus protagonismos na família, fato perceptível, sobretudo, nas residências de chefia feminina. As percepções e análises sobre a contemplação focando a garantia de posse do imóvel à mulher levantam várias questões, mas, a partir dos relatos das entrevistadas, fica claro que a contemplação é encarada por elas muito mais como um aspecto positivo e transformador em suas vidas do que o contrário, já que, a partir dessa conquista, muitas delas passam a desenvolver outras estratégias de vida para atingir os objetivos seguintes. Seus protagonismos dentro das famílias brasileiras mostra uma perversa configuração social, na qual as mulheres, em geral, encontram-se em situação de vulnerabilidade e exclusão social, tornando-se necessário que políticas públicas e sociais atuem no sentido de darem atenção a essa diferenciação social marcada pelo gênero, que quase sempre ocorre em prejuízo da mulher. Frente a um contexto de múltiplas dificuldades cotidianas, a casa e a contemplação pelo programa se apresentam, portanto, como um mínimo de reconhecimento da condição de vida precária da mulher brasileira, e, no contexto da pesquisa, pernambucana e sertaneja. |