Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Marques, Ailson de Lima
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Orientador(a): |
Beirigo, Raphael Moreira
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Paraíba
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo
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Departamento: |
Solos e Engenharia Rural
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29815
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Resumo: |
Os Brejos de Altitude são áreas de exceção no planalto da Borborema na região nordeste do Brasil ocorre em meio ao clima semiárido e apresentam condições climáticas diferenciadas do entorno, onde as temperaturas são mais amenas e a umidade mais elevada, condicionando o estabelecimento de ilhas de Florestas Ombrófilas (Mata Atlântica) e solos mais desenvolvidos com maior teor de matéria orgânica, em relação aos solos das áreas circunvizinhas. No Planalto da Borborema na Paraíba, Latossolos Amarelo e com horizonte A húmico, ocorrem nos Brejos de Altitude, na Formação Serra dos Martins, que constituem o único remanescente de aplainamento do Cenozoico ainda preservado. A ocorrência de Latossolos com A húmico ainda é pouco explicada, e nos Brejos de Altitude há registros de ocorrência apenas em Brejão (PE), Pau D’alho (PE) e em Areia (PB). Na Paraíba, este solo é raro, podendo ser considerado um paleossolos relictual. Nesse sentido, este estudo investigou a evolução da paisagem e sua distribuição das classes de solos nos Brejos de Altitude da Paraíba, com ênfase na ocorrência do LATOSSOLO AMARELO Distrófico húmico (LAdh). O horizonte A húmico frequentemente muito espesso e com baixa saturação por bases, onde temperaturas mais baixas, típicas da posição barlavento com maior umidade, favoreceram o processo de latossolização com formação deste tipo de horizonte, com acúmulo de matéria orgânica até profundidades superiores a 100 cm. Foram feitas as descrições morfológicas dos solos, análises químicas e físicas, mineralogia, isótopos de C e N, fitólitos e datação por 14C. Esta classe de solo permanece na paisagem atual devido ao encapsulamento do relevo e a proteção da matéria orgânica, relacionada a fatores intrínsecos ao solo e ao ambiente, como a formação de complexos organominerais estáveis. Essa maior quantidade de matéria orgânica resultou, portanto, de diversos fatores ambientais, que por meio das multiproxies (fitólitos, isótopos e datação), incluem variáveis climáticas atuais (temperatura e precipitação), tipo de vegetação, paleoincêndios e posição geográfica. Há uma resposta do grau de pedogênese ao gradiente climático, onde LAdh é mais evoluído que os outros Latossolos que ocorrem nos Brejos de Altitude da Paraíba. Este gradiente climático também reflete na diversidade e quantidade de fitólitos. Os solos armazenam carbono orgânico na escala de 700 Gt. O pacote sedimentar da FSM originou na paisagem a morfologia de mesetas homoclinais nos topos dos platôs de Brejos De Altitude, e devido às condições paleoedafoclimáticas, se formaram os LAs. Nas mesetas há Latossolos Amarelos Distróficos nos topos (600-700m), seguidos por Latossolos Amarelos Distróficos argissólicos ou típicos (500-600m), com Plintossolos Pétricos concrecionários nos ombros. Os estoques de carbono destes solos têm valores de até 336,5 Mg/ha no único Latossolo com horizonte húmico que se encontra em Areia e está datado em 6.150 anos. Enquanto nos outros Latossolos Amarelos são de 103 a 177 Mg/ha. Há uma necessidade de avaliar a importância dos carvões em todos os perfis, e observar com mais profundidade se paleoincêndios fizeram parte da gênese destes solos. - Os LAdh são Paleossolos, que se formaram em um paleoclima devido ao isolamento geográfico e conservação das litologias da (FSM) numa superfície somital planar. Estes solos desempenham importantes serviços ecossistêmicos, como o sequestro de C e os relacionados ao clico da água. |