A influência da reflexividade verbal no processamento da anáfora se

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Henrique, Judithe Genuíno lattes
Orientador(a): Oliveira, Rosana Costa de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Linguística
Departamento: Linguística
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29942
Resumo: O objetivo de pesquisa do trabalho em questão é analisar e explicar a reflexividade verbal e o seu papel no processamento da anáfora se a partir da realização de experimentos com falantes nativos do português brasileiro. Assumimos que a reflexividade é uma propriedade dos predicados, conforme propõe Reinhart e Reuland (1993) no âmbito da Teoria da Reflexividade. Muitos estudos, tanto na língua portuguesa, quanto em outras línguas, buscam aproximar as teorias linguísticas dos estudos psicolinguísticos. Trabalhos que envolvem processamento anafórico, na língua inglesa, como os de Nicol & Swinney (1989) e os de Oliveira et al. (2012), no português brasileiro (PB), investigaram a atuação dos princípios estruturais da Teoria da Ligação (Binding Theory, CHOMSKY, 1981) e encontraram resultados que evidenciam somente a influência de questões sintáticas no processamento das anáforas. Outros trabalhos no português brasileiro apontam tanto a influência de questões estruturais quanto da semântica do verbo na aquisição e processamento da linguagem (GROLLA, 2012; LACERDA, 2014). Dessa forma, buscamos analisar até que ponto o tipo de verbo influencia no processamento anafórico. Decidimos, para tanto, utilizar a classificação verbal para os verbos de natureza reflexiva, estabelecida no trabalho de Godoy (2012), aliados à anáfora se. Assim, realizamos dois testes experimentais, um off-line e um on-line. O primeiro experimento, realizado por meio da plataforma do Google Forms, que teve como foco verificar se a classificação estabelecida no trabalho de Godoy (2012), sobre os verbos de natureza reflexiva, seria considerada aceitável pelos falantes do PB como reflexivos, foram em direção à classificação estabelecida. O segundo experimento de leitura automonitorada foi elaborado pela plataforma Gognition run e aplicado de maneira on-line. Ele teve como objetivo verificar até que ponto o tipo de verbo influencia na leitura de sentenças anafóricas. Para tanto, utilizou-se apenas dois grupos verbais da classificação estabelecida por Godoy (2012), Verbos de Afetação e Verbos de Mudança de Estado, e três tipos de variáveis (NULO, SE e SN). Encontramos um efeito significativo do tipo de variável utilizada, isto é, as sentenças que apresentaram as variáveis NULO e SE obtiveram tempos de processamento mais curtos do que àquelas com o SN. Esses resultados nos fizeram verificar que condições com NULO e SE obtiveram praticamente os mesmos tempos de leitura, o que nos faz acreditar que nas sentenças sem o reflexivo anafórico SE, as sentenças também foram lidas como reflexivas. Logo, podemos afirmar que houve uma influência do tipo verbal, pois a presença desse tipo verbal fez com que a sentença fosse lida como reflexiva.