Avaliação da atividade gastroprotetora do farnesol em modelos animais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pessôa, Michelle Liz de Souza lattes
Orientador(a): Batista, Leônia Maria lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos
Departamento: Farmacologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29897
Resumo: O farnesol é um produto de origem natural, pertencente à classe dos sesquiterpenos, sendo encontrado nos óleos essenciais do capim-limão (Cymbopogon citratus) e camomila (Matricharia camomila), em frutas cítricas e vegetais. O farnesol apresenta atividades antioxidante, anti-inflamatória, ansiolítica, antinociceptiva, anti-obesidade, antimicrobiana, antitumoral e antidiarreica. Entretanto, não existem estudos na literatura sobre sua atividade gastroprotetora, o que motivou a escolha dessa substância para esse estudo. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo avaliar a toxicidade aguda não clínica e o efeito gastroprotetor do farnesol em modelos animais. Para isso foi realizada a avaliação comportamental, estimativa da dose letal 50% (DL50), análise do efeito gastroprotetor com diferentes modelos de indução aguda pelos agentes lesivos (etanol, estresse, AINEs e ligadura do piloro) em diferentes doses e determinação dos mecanismos de ação envolvidos nesse efeito (antisecretórios, citoprotetores, antioxidantes e imunorregulatórios). Os resultados obtidos sugerem que o farnesol possui baixa toxicidade, com DL50 igual ou superior a 2.500 mg/kg conforme o guia nº 423 da OECD. No protocolo de úlcera induzida com etanol, o farnesol (25, 50, 100 e 200 mg/kg, v.o.) apresentou efeito gastroprotetor em 73%, 92%, 97% e 98%, respectivamente, reduziu o índice de lesão ulcerativa (ILU) (p < 0,001) em comparação ao grupo controle (tween 80 5%). Nas lesões induzidas pelo estresse por contensão e frio, o farnesol nas mesmas doses, reduziu o ILU (p < 0,001) em 29%, 38%, 54% e 54%, respectivamente, em comparação com o controle negativo. Na indução das lesões com AINEs (piroxicam), o farnesol (25, 50, 100 e 200 mg/kg, v.o.) reduziu o ILU em 10% (p < 0,05), 23%, 46% e 51% (p < 0,001) respectivamente, em comparação ao controle negativo. No protocolo experimental de ligadura do piloro (contensão do suco gástrico), o farnesol (100 mg/kg, v.o. e i.d.) reduziu o ILU (p < 0,001) pela via oral e intraduodenal, não exerceu alterações no pH em ambas as vias e na concentração de H+ e volume do suco gástrico por via oral. Entretanto, reduziu a concentração de H+, o volume do suco gástrico na via intraduodenal. A administração prévia dos bloqueadores NEM (bloqueador dos grupamentos sulfidrílicos), L-NAME (inibidor da síntese de NO) e glibenclamida (bloqueador do canal KATP) e indometacina (inibidor da ciclo-oxigenase), reduziu a gastroproteção exercida pelo farnesol (p < 0,001), sugerindo a participação dessas vias na sua atividade gastroprotetora. O farnesol aumentou o muco gástrico no tecido estomacal sugerindo a participação dessa via na sua atividade gastroprotetora. O farnesol também apresentou efeitos antioxidantes ao aumentar a concentração de GSH e a atividade da SOD e reduzir os níveis de MDA e a atividade da MPO, como também, demonstrou efeito imunomodulador ao reduzir as citocinas pró-inflamatórias IL-1β, IL-6 e TNF-α e aumentar a citocina anti-inflamatória IL-10.