O fantástico no espelho: mise en abyme em Murilo Rubião

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Tainá de Moura lattes
Orientador(a): Santos, Luciane Alves lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/30232
Resumo: Um dos elementos identificadores nos contos do escritor brasileiro Murilo Rubião é a presença de epígrafes bíblicas na abertura dos seus textos. É comum chegar ao fim da leitura de um conto, diante da inexplicabilidade das cenas narradas, e procurar respostas e auxílio nas epígrafes que encabeçam todas as narrativas. Contudo, à primeira vista, elas parecem não se prestar ao papel de esclarecer os sentidos do texto principal. Dessa forma, a presente pesquisa consiste na investigação das epígrafes dos contos de Murilo Rubião enquanto aspecto formal que promovem uma intertextualidade com as narrativas que elas introduzem. Para isso, destaca-se a leitura epigráfica a partir da técnica da mise en abyme (estrutura em abismo), explorada por André Gide (1869-1951) nos últimos decênios do século XIX, e teorizada na década de 70 por Lucien Dällenbach. Na literatura, a mise en abyme adquire noções de “obra dentro da obra”, de reflexo e espelhamento. A presente análise visa uma melhor compreensão das epígrafes utilizadas nos textos com os próprios textos, permitindo, assim, que se ampliem a compreensão das narrativas. O corpus é composto por cinco contos, todos com a epígrafe pertencente à categoria da “ameaça”, critério elencado pelo pesquisador Audemaro Taranto Goulart (1995), a saber: “Os comensais”, “Petúnia”, “Bárbara”, “Os dragões” e “O bloqueio”. Para empreender um caminho possível de análise aos textos mencionados, a base metodológica usada privilegia os estudos da mise en abyme de Lucien Dällenbach (1977) e André Gide (1893), além das teorias sobre a epígrafe, de Gérard Genette (1982) Antoine Compagnon (2007), Jorge Schwartz (1981), Audemaro Taranto Goulart (1995), entre outros. Os resultados obtidos na análise do corpus indicaram que, mais do que uma perspectiva formal que cada epígrafe carregaria, essas citações promoveram uma intertextualidade com as narrativas que esclarecem e aprofundaram aspectos dos contos que elas introduzem.