Fazendas corporativas sojícolas e acumulação de capital no início do século 21: os novos senhores da terra na região do Matopiba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Azerêdo, Raoni Fernandes lattes
Orientador(a): Mitidiero Junior, Marco Antonio lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Departamento: Geografia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29868
Resumo: Nesta tese, abordo as estratégias de acumulação de capital de fazendas corporativas sojícolas localizadas entre os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida pela região MATOPIBA. Essas fazendas têm distintos perfis, origens e estratégias econômicas, mas, em comum, implementam um sistema de monopolização produtiva regional da terra. A partir de uma tipologia original derivada de pesquisa qualitativa por meio de bibliografia, documentos, pesquisa de campo com entrevistas semiestruturadas, defini sete grupos de fazendas corporativas de soja que possuem capacidades de produção agrícola em larga escala, com gestão profissional/governança corporativa, investimentos externos e captura de renda/apropriação de terras. No sistema implantado, há a utilização de métodos de grilagem de terras, que, no conjunto, revelam caráter centralizador e concentrador do mercado fundiário. As fazendas corporativas que compõem os sete grupos controlam 3.854.997 hectares em 35 municípios. Ressalto que o controle da terra é essencial nas estratégias de acumulação de capital das fazendas corporativas, viabilizando lucro da produção e renda por meio da valorização patrimonial. Como tendência, maximizam o conceito de renda fundiária financeirizada correlacionando investimentos em bolsas de valores e presença massiva de fundos de investimento institucionais. Concluo que os sete grupos constituem novos senhores da terra que, ao tratarem a terra apenas como fator produtivo-imobiliário-financeiro, em estreita relação com a transnacionalização do capital, promovem violência, expropriação e exploração no rural brasileiro.