O uso dos pronomes retos em função de complemento : uma abordagem funcional sobre o fenômeno da flutuação

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Silva , Cícero José da
• Orientador(a): Matos, Denilson Pereira de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Linguística
• Departamento: Linguística
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Pronomes; Pronomes do caso reto; Flutuação; Prototipicidade; Mudança linguística - Variação; Pronouns; Personal pronouns; Fluctuation; Prototypicity; Linguistic change - Variation
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
• Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29673

Esta pesquisa analisa as consequências sintático-discursivas resultantes da flutuação dos pronomes de terceira pessoa do caso reto ele/ela/eles/elas em relação à função que assumem na oração em posições pré-verbais e pós-verbais. Como embasamento teórico, utilizam-se os princípios de prototipicidade, variação e mudança linguística (HOPPER 1991), estes últimos, princípios motivadores de gramaticalização, oriundos da Linguística Funcional Clássica. Analisam-se dados dos corpora Discurso & Gramática (D&G), da cidade de Natal, corpus transcrito de situações de interação verbal natural (espontânea), e CorpusCLELP, corpus de textos escritos em interação verbal na plataforma virtual de aprendizagem do curso de Ciências da Linguagem com Ênfase no Ensino de Língua Portuguesa (CLELP). Metodologicamente, combinam-se os vieses qualitativo e quantitativo para a análise dos dados coletados, descrevendo-os e interpretando-os de maneira indutiva. Identifica-se que a função sintática prototípica dos pronomes em estudo é a de sujeito (nominativo), posição pré-verbal. Em concomitância, verifica-se a posição pós-verbal ocupada por essa categoria nas orações, exercendo, também, função sintática de complemento verbal (acusativo). Além disso, há um conjunto de verbos preferenciais utilizados pelos usuários com o intuito de atender demandas comunicativas em meio a pressões do discurso. E, ainda, é na modalidade oral da língua que ocorre maior regularidade do uso dos pronomes do caso reto em função acusativa. Ressalta-se, portanto, que a função acusativa exercida pelos pronomes ele, ela, eles e elas não anula a função original desses pronomes, assim, a mesma forma exerce duas funções; como também não anula a forma pronominal átona que continua atuando como complemento verbal – as duas formas coexistem na mesma função.