Um mecanismo molecular compartilhado na padronização de nadadeiras em peixes pulmonados e membros em tetrápodes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: AMARAL, Danielson Baia lattes
Orientador(a): SCHNEIDER, Igor lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11302
Resumo: Os primeiros tetrápodes conhecidos apresentavam membros com endoesqueleto proximal (úmero), seguido de dois elementos intermediários (rádio e ulna) e diversos elementos distais (ossos do punho e dígitos). Apesar de membros com dígitos serem considerados a inovação evolutiva de tetrápodes, parte dessa organização já estava presente em peixes sarcopterígeos extintos, grupo irmão de tetrápodes. O endoesqueleto da nadadeira desses peixes apresentava os três elementos proximais seguidos de uma região distal com radiais segmentados (endoesqueleto) e raios (exoesqueleto). Atualmente, os peixes sarcopterígeos são representados por Celacantos e peixes pulmonados e a homologia entre os radiais distais e dígitos ainda é motivo de discussão. Entre os peixes pulmonados modernos, Neoceratodus forsteri possui elaborado arranjo de radiais distais, estas estruturas são severamente reduzidas em espécies do gênero Protopterus e ausentes em Lepidosiren paradoxa. A via de sinalização Sonic Hedgehog (SHH) é essencial para do desenvolvimento de dígitos, visto que camundongos nocaute para Shh apresentam a perda de dígitos, enquanto sua ativação ectópica da via SHH leva à polidactilia. A expressão de Shh é controlada por um acentuador, altamente conservado chamado ZRS, que está presente mesmo em tetrápodes sem membros, como serpentes. Neste trabalho, investigamos o papel da via de sinalização de SHH na formação do esqueleto de nadadeiras em regeneração de peixes pulmonados por: (i) clonagem e análise in silico do ZRS; (ii) análise de expressão relativa de Shh e seus genes alvos por semi-qPCR; (iii) modulação global da via de sinalização de SHH por uso de fármacos. A análise in silico das sequências de ZRS por alinhamento múltiplo revelam uma deleção de 17 pares de base em um sítio de ligação para um fator de transcrição ETS apenas em Protopterus e Lepidosiren. Por semi-qPCR mostramos que a via de SHH é ativada durante a regeneração de nadadeiras em P. annectens. Por fim, a inibição da via bloqueia a regeneração e sua ativação ectópica leva ao aumento do número e formação precoce dos radiais distais. Portanto, nossos dados sugerem que a via de SHH, central no desenvolvimento de dígitos em tetrápodes, também atua na formação de radiais distais em peixes pulmonados, suportando a hipótese de homologia entre estas estruturas e dígitos.