Evolução do embasamento Arqueano e Paleoproterozoico do Cinturão Araguaia com base em dados isotópicos U-Pb e Lu-Hf em zircão por LAMC-ICPMS.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: ASSIS, Clauber Roberto da Fonseca lattes
Orientador(a): MOURA, Candido Augusto Veloso lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/12079
Resumo: O embasamento do Cinturão Araguaia (CA) é constituído predominantemente por rochas arqueanas e paleoproterozoicas. As primeiras prevalecem no segmento norte. Enquanto as rochas paleoproterozoicas dominam na porção sul. Ao norte, as rochas do embasamento afloram no núcleo de estruturas dômicas, e são representadas principalmente por ortognaisses arqueanos com afinidade TTG (Complexo Colmeia). Subordinadamente ocorrem gnaisses graníticos do Paleoproterozoico (Gnaisse Cantão). Ao sul, as rochas paleoproterozoicas, são representadas especialmente pelos orto- e paragnaisses do Complexo Rio dos Mangues (CRM) e pelo Granito Serrote (GS). Mais restritamente afloram unidades neoarquenas (Grupo Rio do Coco) e mesoproterozoicas (Suite Monte Santo). Datações pelo método de evaporação de Pb em monocristais de zircão (Pb-Pb em zircão) definiram idades em torno de 2,86 Ga para os ortognaisses do Complexo Colmeia. Para os gnaisses do CRM essas idades ficaram na faixa de 2,05-2,08 Ga. Por sua vez, a idade de 1,86 Ga foi obtida para o GS, intrusivo nos gnaisses do CRM. Datações recentes realizadas pelo método U-Pb em zircão por LA-MC-ICPMS revelaram idades distintas para os ortognaisses das estruturas de Lontra (2905 ± 5,1 Ma) e Cocalândia (2869 ± 11 Ma). Considerando as limitações analíticas do método Pb-Pb em zircão, neste trabalhoretomou-se a datação das rochas do embasamento do CA utilizando o método U-Pb em zircão por LA-MC-ICPMS. Essa investigação foi complementada com o uso do sistema Lu-Hf em zircão visando entender a evolução desse segmento crustal. As idadesde 2930 ± 15 Ma, 2898 ± 11 Ma e 2882 ± 9 Ma foram determinadas para os ortognaisses das estruturas de Xambioá, Grota Rica e Colmeia, respectivamente. Estas idades, juntamente com aquelas publicadas para os ortognaisses das estruturas de Lontrae Cocalândia, indicam que os protólitos ígneos dos ortognaisses do CC foram gerados por eventos magmáticos distintos, em um intervalo de 60 Ma. As idades Hf-TDMC dos cristais de zircão destas rochas indicam uma origem a partir de crosta juvenil formada no Mesoarqueano, com maior contribuição de material crustal mais antigo para os protólitos dos gnaisses das estruturas de Grota Rica e Colmeia. Para um ortognaisse do CRM foi obtida a idade de 2059,7 ± 6,4 Ma. Para um Metasienogranito porfirítico do GS a idade de 1868 ± 16 Ma foi definida. Esses dados, em ambos os casos, corroboram as idades Pb-Pb em zircão previamente obtidas. As idades Hf-TDMC e os valores de ƐHf(t) em zircão dessas duas rochas ocorrem em intervalos muito semelhantes, o que indica que foram geradas a partir de uma mesma fonte neo-mesoarqueana. Alternativamente os ortognaisses do CRM poderiam resultar da mistura da fonte mesoarqueana com crosta juvenil do Paleoproterozoico. Neste caso, o GS poderia ser produto da fusão das rochas do CRM. Dois gnaisses coletados como pertencentes ao CRM apresentaram idades U-Pb em zircão do Neoproterozoico. O primeiro corresponde a um ortognaisse tonalítico cujo protólito cristalizou em 599 ± 15 Ma. Apresenta zircões herdados com idades variando entre 677 e 2990 Ma. As idades modelo Hf-TDMC dos cristais que definiram a idade de 599 Ma estão situadas entre 1,43 e 1,97 Ga, com valores de ƐHf(599 Ma) variando de -10,90 a -0,88. Estes valores sugerem que o magma tonalítico foi gerado por retrabalhamento de rochas crustais mais antigas, possivelmente com menores contribuições de material mantélico do Neoproterozoico. O outro gnaisse é uma rocha paraderivada, rica em sillimanita, com grãos detríticos de zircão com idades entre 594 e 2336 Ma. Portanto, a idade máxima do protólito sedimentar é inferior a 590 Ma. Os valores das idades modelo Hf-TDMC destes cristais indicam que as rochas fontes foram geradas, predominantemente, por retrabalhamento de material mais antigo. O evento de metamorfismo que formou esses gnaisses mais jovens, provavelmente, está associado com a colisão do Arco Magmático de Goiás com o segmento sul do embasamento do CA, no contexto da formação do Supercontinente Gondwana no Neoproterozoico.