Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2000 |
Autor(a) principal: |
CALAF, José Maria Calaf
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Orientador(a): |
KOTSCHOUBEY, Basile
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14822
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Resumo: |
A área estudada situa-se ao longo da Rodovia BR—010 (Belém-Brasília) entre as cidades de Açailândia (MA) e Ligação do Pará (PA), na parte sul da Província Bauxitífera de Paragominas e possui uma extensão de cerca de 115 km. Nela foram distinguidas duas superfícies, cada uma sustentada por uma seqüência alterítico-sedimentar específica. A superfície mais elevada corresponde aos topos de vastos platôs residuais de 360 a 220 m de altitude e apresenta um leve declive para norte. A outra superfície, embutida na primeira, culmina entre 210 m, a sul, e 150 m, a norte, e mostra discreta ondulação. A cobertura laterítico-bauxítica antiga que sustenta a superfície mais elevada é constituída por um horizonte saprolítico proveniente da alteração de arenitos argilosos ou arcoseanos e argilitos dos “Depósitos Itapecurú” do Cretáceo Superior. Sobre o saprólito repousa uma possante couraça essencialmente ferruginosa no extremo sul, a qual, em direção a norte, se enriquece progressivamente em gibbsita. Os primeiros sinais de níveis bauxíticos, ainda difusos, se encontram a cerca de 40 km a norte de Açailândia. Essa tendência se confirma para norte com a presença de horizontes bauxíticos cada vez mais nítidos e consistentes, acima e na base do horizonte ferruginoso. Sobreposto a essa cobertura e em contato extremamente brusco, ocorre um espesso capeamento argiloso, a Argila de Belterra. A cobertura laterítico-bauxítica desenvolveu-se em três fases. Durante a primeira fase formou-se a couraça ferruginosa através da ferruginização dos sedimentos Itapecurú, durante o Terciário Inferior. A seguir a couraça foi afetada por degradação parcial e retrabalhamento físico dos produtos desta. Restos de alteritos mais antigos podem ter sido igualmente envolvidos nesse processo que resultou em deposição de cascalho nodular a pseudopisolítico e de argila arenosa. A terceira fase, de caráter essencialmente químico, consistiu em geração de bauxita nas áreas que apresentavam condições climáticas e geomorfológicas mais propícias. Este evento ocorreu provavelmente no final do Eoceno. A couraça laterítica exclusivamente ferruginosa que sustenta a superfície mais baixa tem como substrato um arenito argiloso avermelhado contendo pequenos fragmentos lateríticos e seixos de quartzo. A própria couraça apresenta estrutura maciça, colunar ou nodular, e em vários lugares encontra-se a degradada stone-layer. Seu capeamento é formado por um material argiloso-arenoso amarelado, rico em grãos de quartzo e fragmentos leteríticos disseminados. Esta laterita se formou provavelmente no final do Plioceno – início do Pleistoceno. Seu substrato pode ser correlacionado com o Grupo Barreiras, enquanto seu capeamento corresponderia à unidade denominada Pós-Barreiras mais a norte, na região de Ipixuna-Aurora. Os stone-layers bastante frequentes na área estão situados na mesma posição estratigráfica que a couraça laterítica mais recente e resultaram de degradação in situ dessa couraça, sem significativo retrabalhamento físico. No entanto, localmente, foram identificados depósitos coluviais de tipo glacis ou pedimentos compostos de fragmentos da couraça antiga. As seguintes etapas caracterizaram a evolução das duas sequências alterítico-sedimentares: 1- formação de uma couraça ferruginosa a partir dos Depósitos Itapecurú; 2- degradação parcial da couraça; 3- bauxitização no Paleógeno; 4- deposição de sedimentos que posteriormente se alteram para Argila de Belterra; 5- fase erosiva maior e individualização de vastos platôs; 6- preenchimento dos vales e zonas rebaixadas separando os platôs por sedimentos areno-argilosos correlacionáveis com o Grupo Barreiras e produtos de degradação da couraça antiga; 7- ferruginização dos sedimentos da etapa 6; 8- degradação mais ou menos acentuada da crosta ferruginosa da etapa 7 dando origem a stone-layers; 9- deposição de sedimentos argilo-arenosos correlacionáveis com o Pós-Barreiras sobre a couraça da etapa 7 e os stone-layers; 10- dissecação e estabelecimento da rede de drenagem atual. As variações climáticas e periódicas reativações tectônicas (epirogenéticas) ao longo do Cenozóico foram os principais fatores responsáveis por esta evolução. |