Movimentos sociais em área de mineração na Amazônia brasileira: ressonâncias e dissensos na proposição de um modelo de desenvolvimento alternativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: DIAS, Priscila Tamara Menezes lattes
Orientador(a): MATHIS, Armin lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido
Departamento: Núcleo de Altos Estudos Amazônicos
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/7788
Resumo: A pesquisa aqui realizada trata do processo original, de produção comunicativa, dos movimentos sociais, em área de mineração, na defesa de uma pauta ampliada: a de promover um modelo de desenvolvimento alternativo. Nesse sentido, este trabalho objetiva analisar esse processo procurando entender como o movimento chega a esse tema, as suas origens, os protagonistas, a produção de sentidos e a criação de semânticas. Utilizamos como método, a análise da produção de sentido, da teoria sistêmica de Luhmann, assumindo-se que a análise se efetiva juntamente com os conceitos produzidos por esta teoria. Desta forma, a teoria sistêmica tendo conferido um significado teórico central à comunicação, torna-se necessário fazer o devido tratamento do que é que se diz quando algo se diz, e aqui está a importância do conceito de sentido, que é o meio que permite a criação seletiva de todas as formas sociais e psíquicas. Quando os movimentos sociais, em área de mineração, colocam em xeque o consenso pressuposto da indústria extrativista mineral e dos governos defensores das políticas de desenvolvimento regional calcadas nas atividades de mineração, eles, como resposta, tendem à promover a ressonância das expectativas divergentes, se propõem a tematizar um sentido de comunicação, para mostrar as inconsistências e precariedades por meio da construção de semânticas tais como injustiça, desigualdade, exploração dentre outros. É sob essa perspectiva que se analisa o movimento social Atingidos pela Vale, na Amazônia brasileira, a partir da criação do seu núcleo temático, que dá unidade ao movimento e produz sentidos, os quais servem para confirmar, difundir e generalizar os sentidos estabelecidos pela comunicação dominante. Ao afirmar que o movimento se propõe a busca por um “desenvolvimento” alternativo, indica que a desconstrução da ordem ou da comunicação dominante é feita por uma semântica alternativa mais abstrata que vai além de apenas ser um movimento contra a mineração, impõe-se a exigência de ser propositivo e isso leva tanto à ampliação dos que se agregam ao movimento, quanto ao aumento da capacidade de difusão da informação, o que também amplia o endereço do protesto. A possibilidade da propagação de uma semântica mais abstrata para facilitar a adesão da rede é uma constante para o movimento social que sempre requer maiores aderentes para impressionar seus adversários e produzir expectativas divergentes contra o que se quer protestar. No entanto, a ampliação produz um problema de manter a coesão do movimento, pois à medida que se amplia a temática e o problema, torna-se improvável que a comunicação produzida seja compreendida, dificultando saber o que a motiva e o que leva à mudança no endereço e na produção de resultados. Sendo assim, é difícil mostrar sucessos e resultados para manter os seguidores por muito tempo.