O uso de analogias e a aprendizagem baseada em problemas: análise dos discursos docente e discente em um curso de férias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: ARAÚJO, Renato Silva lattes
Orientador(a): MALHEIRO, João Manoel da Silva lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas
Departamento: Instituto de Educação Matemática e Científica
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8573
Resumo: Neste trabalho procuro investigar em que termos o uso de figuras de linguagem, como a Analogia, pode expressar contribuição ou obstáculo para as atividades com resolução de problemas que foram desenvolvidas durante a XV e XVI edições de um Curso de Férias na cidade de Salinópolis (PA). Os sujeitos pesquisados foram um grupo constituído por cinco alunos (GA) e um grupo de cinco professores (GP), que participaram da 1ª e 2ª semanas do curso, respectivamente. Os objetivos almejados nesta pesquisa consistem em verificar que Analogias são elaboradas por esses sujeitos e qual o tratamento dado pelos monitores do curso que acompanham esses grupos, além de avaliar se existem diferenças entre as Analogias que são propostas pelo grupo de alunos e aquelas que são propostas pelo grupo de professores problematizando-as, em caso positivo. A metodologia empregada para a constituição dos dados empíricos foi de natureza qualitativa e a sua obtenção ocorreu através de videogravação e posterior transcrição dos diálogos, em que foi observada a ocorrência de Analogias. A partir do exame dos materiais, evidenciei a emergência de categorias que denominei de Analogias de Criação Indagativa (ACI), Analogias de Criação Duvidosa (ACD) e Analogias de Criação Afirmativa (ACA), com base nos procedimentos estabelecidos pela Análise Textual Discursiva. A análise dos dados evidenciou que as Analogias criadas pelos sujeitos, pertencentes ao GA e GP, mesmo de forma espontânea, apresentaram contribuições importantes para a resolução dos problemas investigados, por ambos os grupos, na medida em que houve indícios de problematização e exploração dos limites existentes em tais Analogias. Em contrapartida, configuraram-se como obstáculos nos momentos em que não foram devidamente exploradas e problematizadas, sendo o papel dos monitores fundamental para o bom aproveitamento deste recurso linguístico, embora não seja a proposta do curso trabalhar em cima das Analogias. Também observei que os tipos de Analogias criadas por alunos e professores fizeram parte das mesmas categorias descritas anteriormente, contudo aquelas criadas pelos docentes mostraram-se, em alguns momentos, mais elaboradas do que as propostas pelos discentes. Considero que as discussões acerca do uso de Analogias em situações de ensino e aprendizagem, envolvendo a resolução de problemas, necessitam ser ampliadas, a fim de que suas funções, utilidades, vantagens e desvantagens, bem como formas de exploração mais efetivas, sejam mais bem compreendidas nestes processos. No caso específico do Curso de Férias, acredito que um trabalho anterior à realização dos cursos, entre sua coordenação e quem sabe um professor pesquisador da área de Educação em Ciências, junto aos monitores, para que estes pudessem estar melhor aproveitando as Analogias criadas pelos cursistas, poderia se tornar uma proposta interessante para o aprimoramento das discussões dentro de cada grupo.