Estudo da função tímica em portadores de HTLV-1 com PET/MAH

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: GOMES, Jéssica Antonia Nunes lattes
Orientador(a): FUZII, Hellen Thais lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais
Departamento: Núcleo de Medicina Tropical
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/9223
Resumo: Dos portadores de HTLV-1, 90% permanecem assintomáticos, 2-3% desenvolvem Leucemia Linfoma de Células T do Adulto (LLcTA) e 0,25-4% desenvolvem Paraparesia Espástica Tropical/ Mielopatia Associada ao HTLV (PET/MAH). Na PET/MAH, são encontrados infiltrados de células T CD8+ específicas na medula que destroem as células T CD4+ infectadas, levando a uma resposta imunológica ativada crônica. As células T recém-emigradas do timo (ou células T naïve) possuem círculos excisados pelo rearranjo do gene do receptor de células T (TREC) que não duplicam na proliferação celular, sendo um bom indicador para quantificar o número de células T naïve e assim avaliar a função tímica. O presente estudo almejou Verificar a função tímica de pacientes portadores da infecção pelo vírus HTLV-1 através da quantificação do número de TREC em células mononucleares do sangue periférico. Trata-se de um estudo transversal analítico, realizado com 39 pacientes, acima de 18 anos, divididos em dois grupos: com PET/MAH (PET) e sem PET/MAH (NPET). Foi realizada avaliação clínica e fisioterapêutica, coleta de sangue, separação das células linfomononucleares, extração de DNA e RNA, curva absoluta de TREC, quantificação de DNA e RNA, detecção e quantificação de partículas TREC, síntese de cDNA, expressão gênica da citocina IL-7 e análise estatística com os testes de Mann-Whitney e correlação de Spearman, com o valor de p ≤ 0,05 como nível de significância. Dos 39 pacientes estudados, dois foram excluídos do estudo por apresentarem doença autoimune. Quanto à comparação entre grupos da quantificação de TREC: há diferença entre o grupo PET e NPET (p = 0,01), nos pacientes com idade ≤59 anos entre os grupos PET e NPET (p = 0,04), nas pacientes do sexo feminino entre o grupo PET e NPET (p = 0,003) e o grupo com cadeira de rodas e sem cadeira de rodas (p = 0,05). Já com relação à comparação da expressão gênica de IL-7 entre grupos: no grupo NPET há diferença entre o grupo ≤59 anos e o ≥60 anos (p = 0,02), no sexo feminino há diferença entre o grupo PET e NPET (p = 0,04). A função tímica mostrou-se prejudicada em pacientes portadores de HTLV-1 com PET/MAH comparados àqueles sem PET/MAH, pois houve um prejuízo na produção de células T naïve nessa população, mostrada através das diferenças entre variáveis tanto no grupo PET e NPET com relação à quantificação de TREC. Apesar de ainda não estar clara a importância deste comprometimento no desencadeamento e/ou evolução da PET/MAH, infere-se que a redução da produção de células T naïve pode alterar a resposta imunológica nesses pacientes, repercutindo diretamente no quadro clínico dos mesmos.