Fácies deposicionais, estratigrafia e aspectos estruturais da cobertura sedimentar paleoproterozoica na serra do Tepequém, Escudo das Guianas, Estado de Roraima

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: FERNANDES FILHO, Lucindo Antunes lattes
Outros Autores: 0662732964775000
Orientador(a): TRUCKENBRODT, Werner Hermann Walter lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14628
Resumo: No norte da América do Sul, ocorre a maior exposição contínua de depósitos sedimentares paleoproterozóicos relacionados ao Supergrupo Roraima, formando o Bloco Pacaraima com 73.000 km2. Esta sucessão siliciclástica de mais de 2 km de espessura está inserida no Escudo das Guianas, borda norte do Cráton Amazônico, estendendo-se na região fronteiriça entre Brasil, Venezuela, Guiana e Suriname. Adjacentes ao Bloco Pacaraima ocorrem serras isoladas com sucessões siliciclásticas pouco conhecidas do ponto vista faciológico e estratigráfico, o que não permite uma melhor correlação com o Supergrupo Roraima e, consequentemente, impede a reconstituição paleoambiental e paleogeográfica do Paleoproterozóico nesta parte da Amazônia. Estudos estratigráficos e faciológicos em afloramentos na Serra do Tepequém e região do Uiramutã, Estado de Roraima, norte do Brasil, permitiram redefinir e redescrever a unidade inferior do Supergrupo Roraima como Grupo Arai. O Grupo Arai de aproximadamente 400 m de espessura sobrepõe rochas vulcânicas ácidas do Grupo Surumu, é recoberto pelo Grupo Suapi e foi subdividido em duas formações. A formação inferior, semelhante nas duas áreas, consiste em conglomerados polimiticos, arenitos com estratificação cruzada e microplacers de hematita e pelitos subordinados, interpretados como depósitos de rios entrelaçados. Por outro lado, a formação superior na região de Uiramutã é composta por arenitos finos sílticos com estratificação cruzada acanalada e laminação convoluta depositada na porção mais distal de rios entrelaçados. Esta unidade na Serra do Tepequém consiste de arenitos finos a médios com estratificação cruzada com filmes de argila, ritmitos arenito/pelito e subordinadamente conglomerados e brechas, interpretados como depósitos costeiros influenciados por maré. O topo do Grupo Arai é marcado por uma expressiva discordância erosiva recoberta por conglomerados e arenitos seixosos portadores de diamante da unidade basal do Grupo Suapi, interpretados como depósitos de rios entrelaçados. Este estudo confirma a interpretação prévia de um extenso sistema fluvial entrelaçado migrando para sudoeste na porção central do Escudo das Guianas e inclui a influência de processos de maré na sua porção distal (Serra do Tepequém). O estudo estratigráfico e estrutural na Serra do Tepequém forneceu uma base mais segura para a correlação regional dos depósitos Roraima no Escudo das Guianas e aponta para a presença de uma extensa bacia intracratônica com conexão marinha no Paleoproterozóico. A análise estrutural das rochas da Serra do Tepequém revelou que o acamamento exibe arranjos com mergulhos preferencialmente para SE e NW, individualizados em domínios limitados por zonas de falhas oblíquas sinistrais com rejeitos normais e inversos, com direção NE-SW. Dobras forçadas quilométricas do tipo kink bands e chevrons são compatíveis com um ambiente de deformação de nível crustal raso a médio. Este modelo diverge das propostas regionais prévias para a região que consideram as dobras existentes como produtos de ambiente dúctil sob tectônica colisional. Os resultados evidenciam a importância da presença de estruturas antigas do embasamento do Escudo das Guianas, reativadas provavelmente durante o evento K’Mudku (~1.2 Ga).