Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
SOLIMÕES, Andréa Cristina Cunha
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Orientador(a): |
MAUÉS, Olgaíses Cabral
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Instituto de Ciências da Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8497
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Resumo: |
Esta dissertação desenvolve uma análise crítica sobre as condições de trabalho na educação infantil a fim de estabelecer possíveis relações com o processo de adoecimento que vem atingindo os docentes nas últimas décadas. A análise das condições de trabalho dos docentes que atuam nessa etapa da educação básica, tomando como referência a rede municipal de ensino de Belém, capital paraense, exigiu um aprofundamento teórico sobre o tema e sua relação com as transformações no mundo do trabalho, diante da qual a escolha do método de pesquisa baseou-se no materialismo histórico e dialético, entendendo-o tanto como método, como uma concepção de mundo. A partir do estudo exploratório algumas categorias orientaram as análises, tais como: condições de trabalho, com base em Oliveira e Assunção (2010) e Hypolito (2010); precarização, a partir da compreensão de Marin (2010); intensificação, com base nas análises de Dal Rosso (2008); mal-estar, segundo Martinez (2010) e Codo (2010); adoecimento, conforme a abordagem de Assunção (2010); e subjetividade, com base nos estudos de Alves (2008, 2010, 2011) e Mancebo (2010). Gama (2014), Hey e Catani (2010), Carrasco e Petit (2012) e Yanoullas (2013), ao estabelecerem a relação entre produção/reprodução do capital e o papel da mulher neste contexto, ajudam a localizar as atividades de educação e cuidado no contexto da sociedade capitalista. Marx (1978, 1988, 2008), Engels (2012), Antunes (2000, 2001, 2005, 2009, 2011, 2013) e Harvey (2011, 2012) auxiliaram na compreensão quanto aos impactos do processo de precarização do trabalho, especialmente sobre as trabalhadoras. Enquanto espaço de reprodução do sistema capitalista, as bases em que se sustentam as políticas voltadas à criança em idade pré-escolar respondem a uma demanda que busca na educação as condições necessárias à manutenção do sistema e possuem desdobramentos nas condições objetivas e a subjetividade docente, conforme apontam Shiroma (2011), Shiroma e Schneider (2011), Shiroma e Santos (2014) e Mancebo (2010), entre outros. Revisitando de forma analítico-crítica os dados da pesquisa Trabalho Docente na Educação Básica no Pará (2010), constata-se que os docentes da educação infantil vêm vivenciando um forte processo de precarização e intensificação do trabalho, comprometendo o tempo livre dessas docentes, pois são em sua maioria mulheres, que historicamente tem respondido pelas atividades de cuidado e manutenção do lar. As análises realizadas corroboram com Esteve (1999) indicando que, somadas às condições objetivas como fatores relativos à própria ação do professor, há fatores contextuais que agem indiretamente sobre o trabalho e afetam sua saúde. Os dados permitem que se infira que, diante do acúmulo de exigências que pesa sobre o docente, o absenteísmo surge como uma forma de resistência à tensão gerada no ambiente de trabalho, gerando um mal-estar que pode resultar em um quadro de adoecimento tanto físico quanto psíquico. O trabalho finaliza apontando como saída para a problemática o rompimento com o silêncio, e o empenhar-se em descortinar o conteúdo ideológico que há por trás da retórica do Estado, com vistas à construção de outra sociedade, pois não há saída por dentro do capitalismo. Este é impossível de humanizar-se. |