Efeito das paisagens modificadas por práticas agrícolas sobre a composição e estrutura das assembléias e espécies de Drosophilidae (Diptera)
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
Museu Paraense Emílio Goeldi |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Zoologia
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Departamento: |
Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8808 |
Resumo: | A Floresta Amazônica sustenta a maior diversidade biológica do mundo. Ocupa mais de 40% do território brasileiro. Nos últimos anos as taxas de perda florestal e degradação da Amazônia aumentaram consideravelmente, como resultado da expansão agrícola, criando um mosaico de paisagens altamente modificadas. Estas mudanças colocam em perigo tanto a biodiversidade como os serviços ecossistêmicos associados, além de provocar forte perturbação sobre as espécies. Efeitos de estresse podem resultar em alterações fisiológicas que se refletem em diferenciação morfológica entre as populações remanescentes, que agora ocupam a nova paisagem. O objetivo deste trabalho foi testar o efeito de alguns tipos de uso da terra sobre a assembléia de drosofilídeos frugívoros e sobre a morfologia da asa de quatro espécies (Drosophila malerkotliana, D. paulistorum, D. willistoni e Scaptodrosophila latifasciaeformis) presentes em áreas originalmente florestais que se transformaram num mosaico de paisagem, que apresentam fragmentos florestais, vegetação sucessional e zonas de cultivos. O primeiro estudo foi desenvolvido com dados de três localidades que apresentavam áreas de floresta manejada e agrícolas, o segundo abrangeu dados de seis localidades, três áreas agrícolas e três áreas de floresta preservada. As coletas foram realizadas de forma padronizada, com armadilhas dispostas ao longo de transecção abertos nos usos de terra predominantes nas áreas de estudo. Nossos resultados mostraram que a análise de riqueza de espécies não diferiu entre os diferentes tipos de uso da terra, mas a distribuição de abundância e composição de espécies foram claramente distintas entre os usos agrícolas intensivos e os sistemas florestais. A cobertura florestal e umidade relativa do ar foram as variáveis determinantes da distribuição das espécies. Os usos agrícolas foram dominados por espécies cosmopolitas não nativas associadas a áreas mais abertas. Constatou-se diferenciação morfológica entre os indivíduos capturados nas localidades de floresta preservada e nas áreas de usos agrícolas, independentemente da espécie. Surpreendentemente os indivíduos capturados nas florestas foram menores em relação aqueles capturados nos tipos de uso mais intensivo. Estes resultados mostram os efeitos da mudança da paisagem sobre as populações remanescentes de espécies nativas indicando a amplitude das mudanças quantitativas e qualitativas sobre o conjunto de espécies. No entanto a manutenção de porções florestais nas áreas de uso agrícola pode beneficiar a permanência das espécies nativas nestas paisagens. |