Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
ARAÚJO, Marcus Vinícius Passos
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Orientador(a): |
CUNHA, Elaide Martins da
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia
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Departamento: |
Instituto de Letras e Comunicação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/16135
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Resumo: |
Esta pesquisa articula três relevantes eixos: comunicação, política e questão racial. A partir das publicações dos vereadores de Belém (PA) no Instagram, busca-se compreender as ações desses atores políticos voltadas às questões raciais. Todos os 35 vereadores da 19ª Legislatura (2021-2024) de Belém estão presentes no Instagram. Durante a vigência do primeiro ano de mandato, estes vereadores postaram 8.696 publicações no feed, especificamente no formato JPG (imagem). Neste cenário, essa mídia digital se mostra como uma ambiência que alia audiência, recursos e múltiplas possibilidades de difundir temas, dentre eles, o conteúdo racial. Para guiar essa discussão, formulou-se o seguinte questionamento: “Como são constituídas as ações dos vereadores da Câmara Municipal de Belém voltadas à população negra e de que forma a questão racial está representada nessas ações, divulgadas em seus perfis no Instagram?”. A busca por essa resposta passou pela contextualização do processo de apropriação das mídias digitais pelos agentes políticos. Pesquisas de Kahwage (2019), Gomes et al. (2013), Vieira (2017) e Nunes (2013) vão mostrar que no uso dessa ambiência comunicativa os vereadores não se desvinculam das suas responsabilidades constitucionais. Já os conceitos de raça e racismo são fundamentais para compreender e analisar as questões que giram em torno do debate racial no Brasil. Trabalhos de Almeida (2020), Deus (2008), Munanga (2004), Gomes (2012) e Hall (2015) contribuem tanto para teorizar o cenário racial, como para ajudar na identificação de temáticas raciais, a exemplo do racismo, da discriminação e da representatividade. Os procedimentos metodológicos, amparados nos estudos de análise de conteúdo de Bardin (1977) e Sampaio e Lycarião (2021), possibilitaram identificar 382 publicações com referências a questões raciais. A partir da criação de um livro de códigos, com 20 categorias analíticas, foi possível compreender melhor o teor destas publicações. Entre os resultados alcançados estão, por exemplo, quais são os vereadores envolvidos com a causa racial, as principais temáticas raciais abordadas e se os conteúdos raciais estão atrelados ou não, sobretudo, a datas comemorativas, conforme premissa formulada neste estudo. Outro resultado significativo diz respeito ao perfil de quem mais publicou sobre a questão racial: mulher negra de esquerda com ensino superior como nível básico de estudo. Além de resultados expressivos, este trabalho também é marcado pelo ineditismo temático ao relacionar comunicação política com questões raciais debatidas em mandatos legislativos municipais, dentro da esfera do Instagram. |