Ação coletiva e Sistemas Agroflorestais na comunidade São Manoel, Quilombo Jambuaçu, Moju/PA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: ANDREATA, Helton Kania lattes
Orientador(a): MOTA , Dalva Maria da lattes, SCHWARTZ, Gustavo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas
Departamento: Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14836
Resumo: Os Sistemas Agroflorestais (SAF) podem ser utilizados como um meio de recuperação florestal e são interessantes devido a sua diversidade de produtos e à sustentabilidade do sistema, principalmente, no Nordeste paraense, o qual possui uma predominância de florestas secundárias, chamadas popularmente de “capoeiras”, áreas as quais podem ser aproveitadas para a sua implantação. O objetivo deste estudo foi analisar a relação entre a Ação Coletiva e os SAF na comunidade São Manoel, no município de Moju, estado do Pará. Os dados da pesquisa foram coletados nos anos de 2018 e 2019 por meio de entrevistas do tipo histórica, aberta e semiestruturada com os agricultores e as principais lideranças da comunidade. Os dados são predominantemente qualitativos e os procedimentos para sistematizá-los foram transcrição de entrevistas, elaboração de tabelas e análises verticais e horizontais dos discursos. A comunidade de São Manoel é uma pequena vila rural com um histórico de lutas contra grandes empresas para a manutenção do seu território, e possui como principal fonte de renda o açaí nativo. A titulação da terra é coletiva, e as principais questões de gestão de recursos são discutidas junto à Associação Quilombola dos Agricultores de São Manoel, a qual também possui outras atribuições, como discussão da questão de segurança, organização comunitária, melhoria das fontes de renda, além da representação jurídica em diferentes instâncias. Os resultados mostram que os SAF chegaram à comunidade em 2015 levados por um dos agricultores (que é técnico agropecuário), e tiveram grande repercussão após os comunitários constatarem o êxito do sistema em São Manoel O grupo que tem SAF é composto por quinze pessoas que trabalham desde o viveiro à implantação de áreas por meio do mutirão. Tal grupo possui um sistema diferenciado de implantação dos SAF ao realizar o manejo da capoeira de forma a utilizá-la como insumo para a nutrição das plantas. Foram encontrados três tipos diferentes de SAF em São Manoel que variam quanto ao número de espécies no sistema, sendo o cupuaçu, o cacau, o açaí e a banana as principais espécies implantadas. Os dados mostram que os SAF tiveram uma boa aceitação entre os agricultores porque o sistema foi levado por um dos membros da comunidade, o que tem gerado repercussão também em outras comunidades do Território Jambuaçu. A ação coletiva foi fundamental para o sucesso dos SAF, pois a maioria dos agricultores relatou que não conseguiria implantá-los em suas áreas sozinhos, razão pela qual essa força da comunidade foi essencial para o sucesso de um sistema que visa gerar renda por meio da diversificação da produção, ressignificando o território com a sua ocupação mediante a conservação produtiva.