Imunopatologia hepática da infecção experimental do vírus dengue em Callithrix penicillata

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: HENRIQUES, Daniele Freitas lattes
Orientador(a): VASCONCELOS, Pedro Fernando da Costa lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/9559
Resumo: A Dengue constitui um dos principais problemas de Saúde Pública no mundo, e um dos fatores que colaboram com esta situação é a falta de uma vacina eficaz contra a doença, sendo que em parte, essa dificuldade para obtenção, se deve à inexistência de um modelo experimental que represente o quadro de infecção e manifestação da doença similar aos observados em humanos. Dessa forma, o Instituto Evandro Chagas demonstrou a presença de antígenos virais de dengue, através do teste de Imuno-histoquímica, em primata não humano (PNH) da espécie Callithrix jacchus, o qual evoluiu a óbito com quadro de dengue hemorrágica. Diante do exposto, aliados ao fato de que o fígado é o órgão onde se observa as principais alterações provocadas pelo Virus Dengue (VDEN) em humanos, torna-se importante analisar o fígado de primatas do gênero Callithrix a fim de estudar a patogênese e a imunopatologia da infecção sequencial pelo VDEN. No total, 26 PNH da espécie Callithrix penicillata foram submetidos a infecção primária (IP) por via subcutânea com VDEN-3 (3,23 x 103 PFU/mL), sendo 13 destes animais anestesiados e sacrificados diariamente por sete dias pós-infecção (dpi) (fase aguda) e em intervalos aleatórios até 60 dpi (fase convalescente); a infecção secundária (IS) com VDEN-2 (4,47 x 104 PFU/mL) foi realizada dois meses após a IP nos demais 13 animais. Animais sentinelas não infectados foram reservados até o final do experimento. O fígado dos animais foram processados para histopatologia e imunohistoquímica usando anticorpos policlonais para VDEN e anticorpos para análises da resposta imune inata, celular e citocínica. Os PNH estudados foram suscetíveis à replicação sequencial do VDEN-3 e VDEN-2 no fígado, havendo expressão de antígenos virais em hepatócitos, células de Kupffer e nos corpúsculos de Councilman; o comprometimento histopatológico do fígado foi caracterizado por: presença de apoptose; focos de necrose lítica; esteatose; tumefação cellular; inflamação acinar, no espaço porta (EP) e na veia hepática central (VHC); hiperplasia/hipertrofia em células de Kupffer, bem como, hemossiderina em células de Kupffer; e dilatação dos sinusóides. A intensidade da lesão hepática foi proeminente na fase aguda da IP e IS, apresentando discreta hepatite aguda. A apoptose foi a forma predominante de morte em hepatócitos; bem como, necrose lítica e o infiltrado inflamatório apresentaram padrão de distribuição predominante em Z2. Observou-se aumento na expressão acinar de macrófagos ativados, células NK, proteína S-100 e linfócitos B durante as fases da IP e IS; houve ainda, aumento da expressão acinar de linfócitos TCD4+ durante a fase aguda da IP; observou-se aumento na expressão acinar de IFN- durante as fases da IP e IS, TNF-α e IL-8 com maior prevalência na IS, TGF-β e IL-10 mais expressas na fase aguda da IP, proteína Fas durante a fase aguda da IP e IS e VCAM na fase aguda da IS e aumento na expressão nos EP. Esses achados foram semelhantes aos observados em fígados de casos fatais de dengue em humanos, porém com intensidade e amplitude menor, sugerindo que PNH da espécie Callithrix penicillata é um bom modelo experimental para o estudo da infecção pelo VDEN, especialmente os aspectos imunopatológicos.