Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
SANTIAGO, Érika Suellen Barbosa |
Orientador(a): |
VILLAS, Raimundo Netuno Nobre
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11667
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Resumo: |
O depósito Tocantinzinho localiza-se na porção central da Província Aurífera do Tapajós (PAT), dentro do lineamento Tocantinzinho (NW-SE), e dista cerca de 200 km a sudoeste da cidade de Itaituba (PA). O granito hospedeiro (2,0 Ga) é constituído por rochas granitoides diversas, porém monzogranitos são dominantes, os quais, juntamente com sienogranitos e álcali-feldspato granitos subordinados, representam suas fácies mais evoluídas. Trata-se de um stock alongado na direção NW-SE, interpretado como tardiorogênico a pós-colisional, cujo magma foi alojado a profundidades de 6-9 km e cristalizado em condições de ƒO2 intermediárias (tipo oxidado da série ilmenita). Foi relacionado aos estágios finais da orogênese Cuiú-Cuiú, à semelhança do Monzogranito Jamanxim, de mesma idade. Os granitoides foram agrupados, de acordo com o grau de alteração, em (1) pouco alterados (5-10% de minerais hidrotermais) e (2) moderadamente alterados (10-30% de minerais de alteração), estes designados informalmente de salame e smoky, e principais hospedeiros do minério. As variedades pouco alteradas revelam, em geral, textura hipidiomórfica a alotriomórfica média a grossa com arranjos poiquilítico e rapakivi locais. Essencialmente isótropas, são constituídas de microclina (41 a 50%), quartzo (21 a 33%) e oligoclásio (An28-29) (22 a 36%), além de biotita (1,5 a 8%) e Fe-edenita (0 a 2%) como minerais varietais. Zircão, magnetita, apatita, allanita, monazita, U-thorita e titanita formam a suíte de fases acessórias primárias. Essas rochas são meta a peraluminosas e de afinidade shoshonítica, mostram baixos teores de CaO (<1,6%) e MgO (<0,5%), razões Fe2O3/FeO na faixa de 0,44-0,55 e razões K2O/Na2O com valor médio de 1,29. Apesar das marcantes diferenças macroscópicas, as variedades salame e smoky revelam notáveis similaridades mineralógicas e químicas, à parte as razões Fe2O3/FeO e conteúdos de Na2O e MgO. As texturas magmáticas foram moderada a severamente mascaradas, especialmente em zonas cataclasadas. A alteração hidrotermal das rochas granitoides, embora generalizada, é fraca a moderada. Foram descritos, em ordem cronológica, os seguintes tipos: cloritização, sericitização, silicificação e carbonatação. Os dois primeiros foram ubíquos, enquanto que os dois últimos são de ocorrência mais local e estão representados por vênulas de preenchimento. Os produtos hidrotermais comumente substituem minerais primários ou são constituintes de veios/vênulas mono e poliminerálicos. A mineralização é representada por ouro, pirita, calcopirita, esfalerita e galena, estando intimamente associada à sericitização em estilo dominantemente stockwork. O estágio hidrotermal iniciou com a cloritização (chamosita) a temperaturas em torno de 315-330ºC, evoluindo para sericitização, na qual os fluidos hidrotermais, que transportavam Cu-Zn-Pb-Au, teriam precipitado os sulfetos e ouro devido ao aumento do pH e das atividades das espécies de S. À medida que a alteração avançou, a sílica em solução foi precipitada como quartzo em vênulas em decorrência da diminuição da temperatura e aumento do pH. No estágio mais tardio (carbonatação), provavelmente houve mistura entre fluidos aquosos e aquocarbônicos, o que teria provocado a reação entre Ca2+ e CO2 e formado calcita. Em geral, a pouca abundância de minerais de alteração é indicativa de que o paleossistema Tocantinzinho foi dominado pelo ambiente mineralógico, implicando baixas razões fluido/rocha. Diferenças químicas observadas na clorita mostram que ora os minerais destruídos, ora a composição dos fluidos, além da temperatura, foram os agentes controladores mais importantes para sua composição. Cálculos de balanço de massa mostraram que o paleossistema hidrotermal Tocantinzinho pode ter evoluído com variação de volume (redução seguida de expansão) sem, entretanto, ter excedido 10%. A transferência de componentes dependeu do tipo de alteração e variedade considerada, mas, em geral, as rochas registraram perdas de Al2O3, FeO, Na2O, CaO, Ba e Sr, e ganhos de Fe2O3, S, voláteis e Rb. Potássio foi pouco mobilizado durante a cloritização e sericitização, mas contabilizou perdas significativas na carbonatação e silicificação, enquanto que SiO2 foi o componente mais suscetível ao fator volume escolhido. Os fluidos foram pouco eficazes para mobilizar os ETR, que exibem similar padrão de distribuição a despeito do grau de alteração. Foram estimados para cada m3 de rocha alterada perdas ou ganhos entre 210 e 330 kg, registrando-se na variedade smoky maior troca de massa nos diversos tipos de alteração, exceto na cloritização. Principais contribuições à transferência de massa entre os fluidos e o corpo granítico são devidas a SiO2, Al2O3, Fe2O3 e CaO. O depósito Tocantinzinho mostra características similares aos depósitos Batalha, São Jorge e do campo Cuiú-Cuiú da PAT. Embora ainda haja carência de importantes dados para consubstanciar um modelo genético, tipologicamente este depósito melhor se enquadra nos depósitos auríferos relacionados a intrusões graníticas. |