A introdução das Ciências Naturais no Pará por meio das instituições de ensino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: BARROS, Jônatas Barros e lattes
Orientador(a): ALVES, José Jerônimo de Alencar lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas
Departamento: Instituto de Educação Matemática e Científica
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8930
Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar o processo de introdução das Ciências no Pará, por meio das escolas, e as condições que possibilitaram esse processo. Retomamos as Reformas Pombalinas da segunda metade do século XVIII, que marcaram a introdução da Racionalidade Científica Moderna no Reino Português, onde o Pará era Colônia. Expulsaram os Jesuítas, inserindo uma lacuna na educação, que começou a ser preenchida com a criação do Colégio dos Nobres, da Reforma na Universidade de Coimbra e implantação de Aulas Régias. Nessa fase as Ciências Naturais foram introduzidas somente na Metrópole, enquanto que no Pará criaram Aulas que mantiveram o predomínio das Letras e Humanidades. As Reformas do Marquês de Pombal tornaram o ambiente educacional paraense mais favorável a receptividade das Ciências da Natureza, principalmente por causa da estatização da educação. Esta se tornou incisiva a partir da segunda metade da década de 1830. Governantes do Pará sugeriram a introdução de disciplinas científicas e modelos educacionais que vigoravam em países como a França, que era um centro difusor da modernidade. Isso começou a se concretizar com a criação do Liceu Paraense em 1841, que tinha o propósito de proporcionar o ensino secundário. Dez anos depois, em 1851, ele implantou pela primeira vez a Física e a Química, o que se repetiu por mais duas vezes, em 1868 e 1873. Na primeira inserção a Botânica também esteve presente, enquanto que na última, a História Natural. Em 1871, fase inicial da Belle-Époque, momento em que a entrada da Modernidade no Pará estava acelerando, Física e Química tiveram continuidade na Escola Normal do Pará, criada nesse ano, com o fim de formar professores para atuarem na instrução primária, mas somente até 1872, quando foram retiradas desta instituição. Em 1890 retornaram com mais expressividade, sendo representada por seis Ciências. Na instrução primária, as Ciências da Natureza também constaram, a partir de 1870, motivando professores desse ramo a cursarem Física e Química na Escola Normal e no Liceu Paraense. Com isso, as instituições de ensino foram fundamentais na introdução das ciências no Pará, condicionadas pelo contexto social, inicialmente das Reformas Pombalinas, que culminou na estatização da educação, e da Belle-Époque, com a aceleração da entrada da Modernidade no Pará. A presença científica nos currículos foi marcada por descontinuidades, na fase inicial, visto que a recepção do processo modernizador, pela cultura local, ainda não tinha tornado a aprendizagem das ciências uma necessidade imperativa. Isso começou a acontecer a partir de 1890, quando as Ciências passaram a se ampliar nos currículos escolares.