Palhaçaria feminina na Amazônia brasileira: uma cartografia de subversões poéticas e cômicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: FLORES, Andréa Bentes lattes
Orientador(a): LIMA, Wladilene de Sousa lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Artes
Departamento: Instituto de Ciências da Arte
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/7575
Resumo: Minha escrita advém da minha atuação enquanto mulher cômica, atravessando inquietações referentes ao gênero da palhaçada e à experiência de artista amazônida. Está arraigada à necessidade pessoal de expansão, em ritornelo, a partir da solidão, tão presente em minha trajetória clownesca. Enquanto desejos de pesquisa, intencionei cartografar mulheres palhaças atuantes na Amazônia, além de compreender sentidos possíveis para o cômico feminino, a partir das historias de vida dessas mulheres, e analisar as relações que encontro com o território Amazônia em que estão situadas, presentes em seus fazeres. Trata-se de uma cartografia lúdica, em jogo com conceitos, geografias e sujeitos, que transvê encontros nômades com mulheres palhaças que atuam neste território. A escrita, corporificada no diálogo constante entre teoria e relatos transcritos de quarenta e uma palhaças participantes da pesquisa, pode ser visitada livremente em cinco partes. Na primeira, o leitor encontra meu caminho de vida que resulta no encontro com o tema da pesquisa e a forma escolhida para pesquisá-lo, discutindo os pressupostos cartográficos que encontrei como possibilidade epistemológica. A seguir, encontrará os chamados Bem-Te-Vis, que baseiam-se na estruturados platôs deleuzianos. Os Bem-Te-Vis enfocam as potências imbricadas que norteiam a pesquisa, o feminino, o cômico e o amazônida. Abordo as duas primeiras concomitantemente, enquanto atravesso construções históricas e sociais de papeis impostos ao feminino, subvertidos na figura palhaça, ser transgressivo por natureza. A terceira potencia discute à parte, com enfoque nas amazonias presentes nos fazeres das palhaças encontradas, que auxiliam-me a transversalizar a região, para além de meus posicionamentos políticos contra os desacessos em relação ao restante do país e da imagem exuberante midiaticamente difundida. Reconheço a diferença amazônida na palhaçaria das mulheres por meio da repetição, em transdiferença, que borra meu mapa de delimitações regionais, em devir-minoritário com o território. Entre a abordagem das potencias, escrevo uma historia inventada para a palhaça, que segue uma necessidade pessoal enquanto estratégia politica pelo fim do silencio. Ao final, o leitor encontra o primeiro capitulo da dissertação, onde teço considerações sobre a palhaçaria feminina amazônida, desfazendo, em cena, minha mala de viagem, permeada do que vivi nos encontros, enquanto abordoas paisagens de gênero e do território, encontradas nos caminhos da pesquisa.