Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
GONÇALVES, Renato Cantão
 |
Orientador(a): |
LAFON, Jean Michel
 |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
|
Departamento: |
Instituto de Geociências
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/15929
|
Resumo: |
A porção sudeste do Escudo das Guianas (SEG), na região norte do Cráton Amazônico, é definida como uma ampla faixa móvel paleoproterozoica acrescida a um bloco arqueano fortemente retrabalhado durante o Ciclo Transamazônico (2,26 - 2,05 Ga). Esse bloco arqueano na porção central do estado do Amapá, denominado de Bloco Amapá, é constituído de uma associação granulito-gnaisse-migmatito meso-neoarqueana (~2,85 Ga e ~2,70-2,60 Ga) e por granitoides e sequências metavulcanossedimentares riacianas. O Bloco Amapá é delimitado a sul e norte pelos domínios riacianos Carecuru e Lourenço com relíquias crustais arqueanas. O Domínio Lourenço é formado por granitoides, gnaisses e sequências metavulcanossedimentares riacianas formadas em ambiente de arcos magmáticos (2,20-2,12 Ga), magmatismo sincolisional a tardi orogênico (~2,11-2,07 Ga) e metamorfismo granulítico (~2,06-2,04 Ga). No limite entre Bloco Amapá e Dominio Lourenço ocorrem unidades mesoarqueanas (Gnaisse Porfírio - 3,19 Ga e Complexo Tumucumaque - 2,85 Ga) e neoarqueanas (Complexo Guianense - ~2,65 Ga e Metagranitoide Pedra do Meio - 2,59 Ga). Nas adjacências do vilarejo Vila Bom Jesus, (município de Tartarugalzinho – AP), na transição entre domínios arqueano e riaciano ortognaisses e metagranitoides foram datados pelo método U-Pb em zircão por espectrometria de massa e laser ablation (LA-ICP-MS) de modo a investigar a extensão cartográfica do Gnaisse Porfírio e Metagranitoide Pedra do Meio. Adicionalmente foram utilizados dados petrográficos, análises geoquímicas em rocha total e geoquímica isotópica Lu-Hf em zircão por LA-ICP-MS, junto com dados anteriores de ortognaisses e granitoides da porção norte do Bloco Amapá, com o intuito de investigar o contexto geodinâmico de formação desses granitoides e os episódios de geração e retrabalhamento da crosta continental durante o Arqueano nesta porção do SEG. A datação U-Pb de um Biotita ortognaisse granodiorítico forneceu uma idade de cristalização 207Pb/206Pb de 2846 ± 36 Ma (MSWD = 1,3) para o precursor magmático do ortognaisse indica um epísodio magmático mesoarqueano. Três amostras de ortognaisse e metagranitoides forneceram idades de cristalização 207Pb/206Pb de 2654 ± 12 Ma (MSWD = 1,4), 2618 ± 31 Ma (MSWD = 1,15) e 2618 ± 22 Ma (MSWD = 0,71) respectivamente, indicando um episódio magmático neoarqueano prolongado. A datação U-Pb de um biotita ortognaisse granodiorítico com idade de cristalização 207Pb/206Pb de 2096 ± 24 Ma (MSWD = 0,75), indica a presença de rochas paleoproterozoicas imbricadas nas unidades arqueanas do setor investigado. Esses resultados levam a reconsiderar a configuração das unidades arqueanas da borda norte do Bloco Amapá. O Gnaisse Porfírio e o Complexo Tumucumaque devem constituir apenas enclaves ou xenólitos do embasamento mesoarqueano em ortognaisses granitoides neoarqueanos. O Metagranitoide Pedra do Meio represente plútons charnockíticos intrusivos no Complexo Guianense que é a unidade dominante no setor investigado. Os dados geoquímicos mostraram que todas as amostras mesoarqueanas da porção norte do Bloco Amapá têm assinatura de biotita granitos de derivação crustal. O magmatismo neoarqueano também é dominado por biotita granitos de derivação crustal, porém inclui também granitoides com afinidade para sanukitoides e para TTG de alta pressão, além de granitos híbridos. As assinaturas geoquímicas de biotita granitos, os valores subcondríticos de ƐHf(t) (-11,3 < ƐHf(t) < - 0,4) com idades modelo Hf-TDM ages entre 3,9 e 3,2 Ga, e a presença de zircões herdados na maioria das amostras neoarqueanas, com idades mesoarqueanas (3,0, 2,89, 2,84 Ga) e do Neoarqueano (2,77, 2,74, 2,72 Ga), indicam que esse episódio magmático neoarqueano prolongado retrabalhou unidades mais antigas do embasamento do Bloco Amapá (mesopaleoarqueanas), em contexto colisional sem evidencia de crescimento crustal durante o Neoarqueano. Entretanto, ainda fica em aberto quais massas continentais entraram em colisão para formar essa porção do Bloco Amapá no Neoarqueano tendo em vista que os outros domínios arqueanos dos crátons Amazônico (Província Carajás; Complexo Imataca) e Oeste Africano (Domínio Leo-Man; Escudo Reguibat) apresentam uma história geológica totalmente distinta do Bloco Amapá no Neoarqueano. |