Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
SENA, Arcângela Auxiliadora Guedes de
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Orientador(a): |
NEVES, Ivânia dos Santos
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia
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Departamento: |
Instituto de Letras e Comunicação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/12692
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Resumo: |
Esta dissertação analisa a presença indígena no telejornalismo da TV Liberal, emissora com sede em Belém, capital do Pará, afiliada à Rede Globo de Televisão, que se constitui como uma das maiores audiências do País. Analisaremos quatro materialidades, três (03) reportagens e uma (01) vinheta institucional da emissora, veiculados entre abril de 2012 e dezembro de 2014. Esse período foi recortado a partir de três acontecimentos bastante significativos para os povos indígenas que vivem no estado do Pará: a realização das edições dos Jogos Indígenas no Estado, os trabalhos envolvendo a construção de Belo Monte e o conflito entre Tembé e colonos na Terra Indígena Alto Rio Guamá. Desde o início da programação televisiva, no Brasil, em 1950, os telejornais começaram a se constituir como um significativo formador de opinião entre os brasileiros. No entanto, não são homogêneos,pois estão intrinsicamente associados aos grupos políticos ou/e econômicos a que estão ligados. A televisão, na condição de um significante dispositivo de produção de identidades,ou seja, um instrumento de controle do poder e de controle da circulação dos saberes, trabalha de maneira a ordenar os discursos, a partir de diferentes perspectivas e o telejornalismo está vinculado à ideia de tradução da realidade, ele representa a não ficção. Analisaremos o telejornalismo da TV Liberal tomando como perspectiva a descrição dentro do universo multifacetado e complexo da Amazônia. Procuraremos observar suas práticas discursivas,seus movimentos de regularidades e dispersões e as redes de memórias dos sujeitos históricos que colocam em circulação os discursos comprometidos com o sistema colonial e suas atualizações. Tomaremos o corpo indígena, apresentado nos jornais da TV Liberal, como objeto central de nossa análise. Para isso, vamos considerar o corpo indígena como principal enunciado visual das reportagens e os processos de intericonicidade que estabelecem (COURTINE, 2011). Serão também delineadores de nosso percurso analítico os conceitos de história descontínua e acontecimento, formulados por Foucault (2014). Este corpo indígena, como notícia, apresentado nas telas de TV, está imbricado com as condições de possibilidades históricas de quem produziu os telejornais e procura forjar uma “realidade” sobre os povos indígenas em uma materialidade audiovisual associado à verdade de uma história regular, que silencia os saberes ou quando aparecem, recorrentemente retomam memórias estabelecidas a partir do discurso colonial, ainda no século XVI, que se insurgiram através da literatura ou de iconografia de viagens cheias de desdobramentos morais e filosóficos, em diferentes materialidades como cartas, relatórios internos ou descrições de uma figura ideal para a sociedade àquela época. Nas pesquisas com telejornais locais, o funcionamento discursivo,muito recorrentemente atualiza esta memória colonial sobre os indígenas. Desejamos, portanto, com esse trabalho participar do debate acadêmico sobre telejornalismo, uma vez que o estudo do gênero, numa perspectiva Amazônica ainda é algo pouco explorado. |