Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
SOUZA, Irisvaldo Laurindo de
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Outros Autores: |
https://orcid.org/0000-0002-5241-6134 |
Orientador(a): |
SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Instituto de Letras e Comunicação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15245
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Resumo: |
Esta Dissertação de Mestrado resulta de uma pesquisa que investigou a representação das águas na literatura amazônica, com foco na contística que tem como leitmotiv os desastres hidrológicos típicos da região. Dentre eles a “llocllada” andina, as terras caídas, as enchentes e a maré fluviomarinha conhecida como pororoca. O corpus é constituído por seis histórias curtas de quatro autores: “Terra caída”, de Alberto Rangel (2008), que integra o livro Inferno verde; “La llocllada” e “Sob as primeiras estrelas” [Cielo sin nubes], do escritor peruano Francisco Izquierdo Ríos (1975; 2010); “A enchente”, do escritor amazonense Arthur Engrácio (1995); e ainda “Poraquê” e “Mamí tinha razão”, do escritor paulista radicado no Pará João Meirelles Filho (2017). Esta pesquisa adota o método comparativo e sua forma de abordagem é qualitativa, com base bibliográfica. A hipótese principal foi observar de que modo a disrupção das águas impacta a experiência do sujeito amazônico tanto em sua relação direta com a natureza como em suas relações com a ordem social vigente. O eixo teórico que orienta a investigação é o conceito de catástrofe, tomado do pensamento filosófico contemporâneo mas diretamente articulado com a doutrina aristotélica da potência humana. A segunda chave teórica utilizada é o conceito de desastre, trazido do pensamento sociológico e também vinculado epistemologicamente à potência do ato natural na doutrina de Aristóteles. Com esse instrumental empreende-se a leitura analítica da contística das águas como alegorização do modus vivendi do homem amazônico e de sua exposição, problemática e por vezes traumática, às potências que regem as ações da Natureza e os fatos da Cultura. A interpretação crítica de textos literários de autores de diferentes épocas e filiações estéticas proporciona assim uma reflexão sobre as fraturas que os desastres das águas provocam no cotidiano e na experiência de sujeitos individuais e coletivos na Pan-Amazônia, bem como sobre os traumas que lhes são impostos na modernidade tardia em função do avanço da civilização do capital na fronteira amazônica. |