Estudo sedimentológico e geoquímico em sedimentos de fundo na Baía de Guajará-Belém (PA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: SARAIVA, André Luis de Lima lattes
Orientador(a): TRUCKENBRODT, Werner Hermann Walter lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11514
Resumo: No decorrer dos últimos anos, muitos estuários brasileiros, próximos a grandes cidades, vêm sofrendo diversas alterações ambientais causadas pelo crescimento acelerado e desordenado dessas cidades. Essas alterações, por vezes, se dão por metais pesados, que atingem os corpos d’água e são adsorvidos pelos sedimentos (fração fina). Neste contexto, esses sedimentos de fundo desempenham um papel importante, pois podem funcionar como indicadores do nível de poluição desses ambientes, tornando-se ainda mais relevantes quando são considerados os processos antropogênicos. Com o intuito de avaliar o grau de contaminação dos sedimentos da baía de Guajará, em especial as áreas de abrangência dos pontos de coleta localizados próximo da margem das ilhas das Onças, Jararaquinha, Mirim, Jutuba e próximo do canal Val de Cans, foram realizadas análises sedimentológicas, mineralógicas e químicas em sedimentos superficiais de fundo e testemunhos de aproximadamente 50 cm de profundidade. As fácies sedimentares identificadas nos testemunhos foram lama arenosa com laminação plano-paralela rítmica, lama arenosa com laminação cruzada, lama arenosa com estratificação cruzada longitudinal e laminação ondulada. Essas estruturas, particularmente a laminação plano-paralela rítmica e estratificação cruzada longitudinal, indicam ação de maré e migração lateral de canal, respectivamente. Os resultados granulométricos dos sedimentos superficiais de fundo mostraram a predominância de silte arenoso e areia síltica e apenas uma amostra foi classificada como areia. O estudo mineralógico definiu a presença de quartzo, caulinita, ilita, esmectita e minerais pesados os quais compreendem estaurolita, turmalina, rutilo, cianita, zircão, epidoto, anfibólio (hornblenda) e sillimanita, sendo os minerais mais abundantes turmalina, cianita, estaurolita, zircão e rutilo. À exceção do epidoto e hornblenda, que sugerem proveniência direta (primeiro ciclo) de rochas metamórficas/ígneas, os demais minerais parecem originários de Sedimentos Barreiras e/ou Pós-Barreiras por retrabalhamento. As análises de matéria orgânica e química de sedimentos superficiais forneceram os seguintes teores médios: matéria orgânica 1,87±0,84%; os metais pesados Pb 33,3±4,9 mg.kg-1; Cr 59,7±8,3 mg.kg-1; Co 10,8±2,2 mg.kg-1; Ni 19,3±4,4 mg.kg-1; Zn 73,7±15,1 mg.kg-1; Cu 18±2,8 mg.kg-1; Mn 489,2±166,5 mg.kg-1 e Fe 3,6± 0,6%. Os dados químicos obtidos de três testemunhos (IO-01, IO-06 e IMI) não diferem significativamente dos valores nos sedimentos superficiais de fundo, com exceção de Pb e Zn cujos teores médios são mais baixos nos testemunhos. Nos sedimentos superficiais e nos testemunhos foram obtida uma correlação significativa entre os metais e Al que responde pelos argilominerais. Todas as concentrações obtidas dos metais analisados nos sedimentos de fundo da baía de Guajará estão abaixo de seus índices PEL que representam a concentração acima do quais efeitos adversos à biota podem ocorrer frequentemente. Nos sedimentos superficiais, a totalidade dos valores de Cr e alguns teores de Ni e Pb são maiores que os índices TEL que representam à concentração abaixo do quais efeitos adversos são raros. Já nos testemunhos apenas os valores de Cr e alguns de Ni ultrapassam o respectivo índice TEL. Pb, Cr e Ni nos sedimentos superficiais de fundo sugerem influência antropogênica, mas atualmente seus valores não apresentam um risco para o meio ambiente estuarino.