Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2003 |
Autor(a) principal: |
BAHIA, Vânia Eunice
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Orientador(a): |
FENZL, Norbert
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14813
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Resumo: |
Belém, a maior cidade da Amazônia, com uma população estimada de 1.280.614 habitantes, destina todo o tipo de resíduos produzidos para o Depósito de Lixo Metropolitano de Belém, o qual foi inaugurado em 1991 e se encontra localizado em Santana do Aurá. Nele são depositados atualmente cerca de 1000 toneladas de resíduos sólidos diariamente, tornando-o uma fonte pontual e permanente de poluição. O fato de o Lago Água Preta, principal manancial de abastecimento de água da população residencial da Região Metropolitana de Belém, se encontrar localizado a apenas 1,4 km do Depósito de Resíduos do Aurá, tem levantado diversas especulações sobre uma possível contaminação em decorrência da proximidade entre ambos. Assim sendo, o presente estudo teve como objetivo principal a caracterização hidrogeológica da área localizada entre o Depósito de Lixo Metropolitano de Belém (Aurá) e o Lago Água Preta, correlacionando dados de estudos geofísicos, hidrogeológicos e geoquímicos, no sentido de se determinar a influência dos contaminantes oriundos do referido depósito de resíduos sobre os recursos hídricos subterrâneos da área de estudo e avaliando a possibilidade de os mesmos virem a influenciar no manancial de abastecimento de Belém. As medidas geofísicas eletromagnéticas (EM) realizadas, refletiram a presença de camadas argilosas e do lençol freático relativamente próximo à superfície do terreno. Os resultados levantados com este método indireto, permitiram identificar valores anômalos (alta condutividade) em alguns locais, que foram posteriormente verificados mediante a instalação de poços de monitoramento e análise geoquímica de amostras de água. Na análise hidrogeológica da área, obteve-se um gradiente hidráulico de aproximadamente 0,011, com valores de porosidade efetiva de 28%, condutividade hidráulica entre 4,01 x 10-3 e 3,16 x 10-4 cm/s, mostrando que os fluxos subterrâneos se deslocam a uma velocidade de aproximadamente 20,03 m/ano, direcionados para o sentido leste-oeste e leste-sul. Os aqüíferos predominantes da área são do tipo confinado, protegidos por camadas de material argiloso que variam de 4 a 17 metros de espessura e estão associados ao Grupo Barreiras e ao Pós-Barreiras. Os resultados analíticos obtidos para com os principais traçadores de chorume (pH, condutividade elétrica, alcalinidade, amônia, nitrato, cloreto, sódio, cálcio, magnésio e potássio) realizados nas amostras de água subterrânea coletadas nos poços de monitoramento, refletiram características ambientais dos recursos hídricos da área, não evidenciando contaminação por chorume nos mesmos. Numa análise dos parâmetros geoquímicos em conjunto com o sentido dos fluxos subterrâneos, constatou-se que apesar dos fluxos se direcionarem para o lago Água Preta, não se pode afirmar que isso possa acontecer na realidade, visto que além dos resultados analíticos não mostrarem evidência de os recursos hídricos estarem poluídos, devem-se considerar outras variáveis, como a existência de outros poços e principalmente do igarapé Santo Antônio (localizado entre o depósito de resíduos e o lago), que atuam como um sistema drenante dos fluxos superficiais e subterrâneos na área. Esse igarapé atuaria como uma barreira natural e protetora, diminuindo a possibilidade de os aqüíferos localizados mais à oeste da área de estudo, serem atingidos por fluxos superficiais e subterrâneos originados do local de descarga dos resíduos sólidos. |