Petrologia do maciço alcalino de Peixe-Goiás

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1983
Autor(a) principal: LEMOS, Ronaldo Lima lattes
Orientador(a): ALBUQUERQUE, Carlos Alberto Ribeiro de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15004
Resumo: O Maciço Alcalino de Peixe consiste de um corpo de nefelina sienito gnaisse, leucocrático, foliado e bandado. A foliação é acentuada nos bordos e incipiente ou ausente no centro, enquanto o bandamento está restrito aos bordos. O Maciço é envolvido por uma estreita faixa de quartzo sienito e granito gnaisses, em contato com metassedimentos pré-Grupo Serra da Mesa, predominantemente pelíticos (grafita-sillimanita micaxisto e sillimanita-quartzo micaxisto). O nefelina sienito gnaisse é constituído essencialmente de nefelina, mesopertita, peristerita e microclina, sendo a biotita o mineral máfico e, mais raramente, a magnetita. O seu coeficiente agpaítico é típico de rochas miaskiticas, sendo a sua mineralogia também deste tipo. Os diferentes tipos texturais de nefelina mostram variação na razão Si/Al, enquanto a razão Na/K é aproximadamente constante. A peristerita tem composição An4,0-5,1 -An0,5-2,8 e, numa estreita faixa da borda é An7,0-l0,7 -An0,4-4,0. A , microclina e a fase potássica da mesopertita (microclina) têm composição Or8 3,0-9 4,4, enquanto a fase sódica da mesopertita é predominantemente peristerita (An4,0-5,1 -An0,7-2,8) e, às vezes, é de albita (An0,4-2,6). A biotita é do tipo lepidomelana-siderofilita. A composição do nefelina sienito gnaisse, semelhante à do ponto mínimo no diagrama Ne-Ks-Qz, a variação na razão, Si/Al. da nefelina, típica de nefelina cristalizada a partir de um magma tipo nefelina sienito em condições plutônicas, assim como os "trends" dos elementos Si, Al, Na e K e da razão K/K + Na em diagramas de diferenciação, que são coincidentes com a variação observada em séries de rochas ígneas alcalinas, indicam que o nefelina sienito gnaisse resultou de um magma nefelina sienítico, gerado na crosta inferior ou manto superior, em ambiente tectonicamente estável. Durante a ascensão deste magma, o aumento do gradiente geotérmico provocou fusões em rochas da crosta, gerando magmas de composição quartzo sienítica e granítica. O corpo de nefelina sienito, a faixa de quartzo sienito e granito e os metassedimentos pré - Grupo Serra da Mesa foram posteriormente afetados, juntamente com os sedimentos da Faixa de Desdobramentos Uruaçú (Grupo Serra da Mesa), por um metamorfismo regional do tipo média pressão no fácies anfibolito, com temperatura de 650 ± 30°C e pressão de 6 ± 0,5 kb. O metamorfismo deu-se em presença de uma fase fluída rica em H2O e CO2, além de S03, F e P originada pela decomposição de minerais tardi-magmáticos do nefelina sienito, ricos em componentes voláteis, que teve grande importância durante o metamorfismo na formação e recristalização de minerais e em processos locais, de autometassomatismo Este Maciço apresenta analogias marcantes com os complexos alcalinos de Blue Mountain, Bigwood e Darkainle.