Eu era dois, diversos?: o diálogo poético de Max Martins e Age de Carvalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SANTOS, Elizier Junior Araújo dos lattes
Orientador(a): SANTOS, Elizier Junior Araújo dos lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Instituto de Letras e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11611
Resumo: A presente pesquisa tem por finalidade perscrutar o diálogo poético entre os poetas paraenses Max Martins e Age de Carvalho, encetado na obra que escreveram juntos, A fala entre parêntesis (1982), e, a partir de então, vislumbrado em seus trabalhos individuais: Max com Caminho de Marahu (1983) e Colmando a Lacuna (2001); e Age com Arena, Areia (1986), Pedra-um (1990) e Caveira 41 (2003). Como mola propulsora desta leitura, buscam-se caminhos de respostas à epígrafe da primeira obra, com a qual articulo o estudo todo, que marca, de forma atemporal, a relação dos pares literários: “Eu era dois, diversos?”. A investigação, primeiramente, apoia-se na correlação poética entre erotismo e melancolia para situar a existência de uma multiplicidade do sujeito lírico, proveniente do jogo verbal de A fala entre parêntesis, considerando o pressuposto de Nunes (1982) que atribui à obra uma “passagem do subjetivo ao inter-subjetivo”. Para tanto, toma-se o pensamento de Bataille (1987; 2015), Barthes (1984), Paz (1994; 2009) e Siscar (2016) a fim de delinear o caráter erótico da poesia como transgressão e tensão, vistas por uma ótica metapoética. Depois, discute-se a melancolia como atividade filosófico-literária, de acordo, sobretudo, com as acepções oferecidas por Lages (2007) a respeito do silêncio e da perda que envolve a escrita. Em seguida, a investigação se volta à relação estreita da poesia com a fotografia, tendo como corpus o ensaio fotográfico de A fala, momento no qual me aproprio dos estudos de Sontag (2007), Didi-Huberman (2010) e Flusser (2011) com o propósito de pensar a imagem enquanto duplicidade e testemunho da irmandade. Por fim, reservo-me a investigar a aventura afetiva do diálogo dos poetas Max Martins e Age de Carvalho, com base nos entrelaçamentos biográficos e nas identificações líricas de poemas publicados até o ano de 2003, utilizando ainda as reflexões de Agamben (2009) e a filosofia do Zen-budismo para traçar os sentidos de ‘amizade’ e os elos estabelecidos entre os companheiros de ofício.