Aspectos epidemiológicos, clínicos e evolutivos da tuberculose em idosos de um hospital universitário de Belém - Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: CHAVES, Emanuele Cordeiro lattes
Orientador(a): CARNEIRO, Irna Carla do Rosário Souza lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais
Departamento: Núcleo de Medicina Tropical
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/9207
Resumo: As alterações fisiológicas, principalmente as imunológicas, tornam o idoso mais vulnerável a infecções, como a tuberculose, doença que nesse grupo apresenta especificidade tanto em sua apresentação clínica quanto no seu manejo terapêutico. O objetivo consistiu em avaliar os aspectos epidemiológicos, clínicos e evolutivos da tuberculose em idosos em um Hospital Universitário de Belém – Pará. Trata-se de um estudo do tipo coorte retrospectivo, realizado no Hospital Universitário João de Barros Barreto, onde foram analisados 82 prontuários de casos de tuberculose em idosos diagnosticados no período de 2009 a 2013, e como forma complementar de obtenção de informações foi consultado o banco de dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação da Secretaria de Estado de Saúde Pública. Para a análise estatística utilizou-se o programa eletrônico Statistical Package for the Social Sciences(SPSS) versão 22.0, e aplicou-se oTeste G, admitindo-se nível α=0,05 (5%) e valor de P≤0,05. O estudo foiaprovado peloComitê de Ética e Pesquisa do Núcleo de Medicina Tropical sob Parecer nº 1.081.347.A maioria dos idosos era do sexo masculino (n=53; 64,6%), com faixa etária de 60-69 anos, tanto entre os homens (n=34; 64,2%) quanto entre as mulheres (n=13; 44,8%), sendo essa diferença estatisticamente significativa (p=0,009), casos novos de tuberculose (n=78; 95,1%), apresentando forma clínica pulmonar (n=62; 75,6%), agravos associados (n=57; 69,5%) e tempo de internação superior a 21 dias (n=38; 46,3%). A febre (n=55; 67,1%), dispneia (n=53; 64,6%), emagrecimento (n=50; 61,0%), tosse produtiva (n=49; 59,8%) e dor torácica (n=42; 51,2%) foram os principais sinais e sintomas evidenciados. Em relação ao tratamento, houve elevado percentual de reações adversas (n=41; 50%), destacando-se as manifestações gastrointestinais (n=29; 70,7%). A maioria dos idosos evoluiu com cura (n=49; 59,8%), contudo ressalta-se que o óbito por tuberculose foi considerável no grupo estudado (n=13; 15,9%), ocorrendo principalmente no período de internação até 7 dias. Quanto às variáveis de exposição e o desfecho por cura e óbito por tuberculose, houve diferença estatisticamente significativa na relação das variáveis faixa de idade (p=0,017), tempo de internação (p=0,000) e reação adversa (p=0,018). Conclui-se que a apresentação clínica e manejo terapêutico da tuberculose no idoso é diferenciado, por isso, faz-se necessário o fortalecimento de estratégias que propiciem a identificação precoce dos idosos suspeitos de tuberculose na comunidade, o que deve ocorrer principalmente através da Atenção Básica.