Sobre besouros e borboletas: os sentidos, os significados e o ensino de ciências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: GUEIROS, Karla Cristina Fontelles lattes
Outros Autores: https://orcid.org/0009-0000-7880-4082
Orientador(a): PERES, Ariadne da Costa lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Docência em Educação em Ciências e Matemáticas
Departamento: Instituto de Educação Matemática e Científica
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15375
Resumo: Pensar no ensino de ciências nos anos iniciais do Ensino Fundamental, se faz necessário uma vez que as crianças oficializam na escola o contato com os conceitos científicos por meio da mediação do professor. Para o professor cabe ainda, o desafio de criar entre seus alunos, uma perspectiva crítica sobre a cultura científica no processo de construção do conhecimento, negociando os significados construídos pelos alunos quando envolvidos ativamente em situações de ensino em ciências. Muitas pesquisas apontam que a escola e o ensino de ciências ainda vêm caminhando na direção oposta, desconsiderando características próprias do fazer cientifico e o potencial investigativo e criativo da criança, perpetuando um ensino arcaico e experimental que não reconhece a dialética envolvida na construção do conhecimento. Nesse contexto, imbuída pelo desejo de fazer ciência na escola junto com o grupo de alunos do primeiro ano do Ensino Fundamental e trazendo na trajetória profissional traços que me distanciam de uma visão empobrecida e linear do conhecimento, somados a uma enorme curiosidade pelo mundo natural, cheguei ao seguinte problema de pesquisa: Em que termos eu professora dos anos iniciais em conjunto com uma turma do 1º ano ao realizarmos atividades de pesquisa sobre os bichos de jardim, ao refletirmos sobre os sentidos e significados, expressamos nossos conhecimentos científicos? Diante dessa questão, o seguinte objetivo foi estabelecido e direciona meu olhar durante a pesquisa: investigar a minha prática docente no primeiro ano do Ensino Fundamental, por meio da realização de pesquisa em sala de aula, como possibilidade de produzir conhecimento científico junto com meus alunos colaborando com a alfabetização científica e permitindo a elaboração de um produto educacional capaz de auxiliar como referência à prática de outros docentes. Recorri ao enfoque teórico-metodológico da pesquisa narrativa para unir os fragmentos narrativos desde a minha formação até o suporte a rede de significados e sentidos expressados pelos alunos quando envolvidos em situações de aprendizagem, tornando textos de campo em textos de pesquisa. Os dados, únicos e singulares foram construídos em sala de aula no desenvolvimento da pesquisa em sala, onde estudamos os Bichos de Jardim, com uma turma de 15 alunos. Para registro dos dados foi utilizado um diário narrativo, gravações em áudio, atividades, desenhos e fotos extraídos da prática de sala de aula, selecionando episódios de aula mais significativos no que diz respeito a interpretação dos significados. Como resultado do processo, destaco a construção de conhecimentos científicos transpostos em conhecimento escolar, por meio de uma rede de significados que dão sentido a realidade estudada, observei a ampliação de conceitos espontâneos, o desenvolvimento de uma postura investigativa, aquisição de um vocabulário científico e prazer pelas atividades em grupo. Dentro desse contexto, envolvida pelo prazer de ensinar ciências, fazendo ciência, discuto os desafios da educação científica na escola, a valorização da criança como sujeito da sua aprendizagem, capaz de fazer ciência, apoiada nas teorias de Piaget e Vygotsky. Converso também com outros autores que destacam a importância da alfabetização científica e descartam a crença de que a criança não tem maturidade e abstração necessária para produzir conhecimento. Nesses termos defendo a importância do ensino contextualizado e baseado em uma metodologia ativa e de exploração do ambiente não com o objetivo de oferece respostas mas sobretudo gerar a curiosidade, a indagação e o interesse pela ciência por meio da pesquisa em sala.