Perfil microbiológico e taxa de letalidade das infecções primárias de corrente sanguínea nas crianças menores de um ano em um hospital público de Belém/Pa.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: LOPES, Cássia de Barros lattes
Orientador(a): RODRIGUES, Anderson Raiol
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais
Departamento: Núcleo de Medicina Tropical
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/13822
Resumo: As Infecções Primárias de Corrente Sanguínea (IPCS) estão entre as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) mais prevalentes e associadas a elevada morbidade e mortalidade sobretudo nas crianças jovens, recém-nascidos prematuros e de baixo peso ao nascimento e internados em unidades de terapia intensiva. Estas infecções são ainda mais graves quando causadas por microrganismos resistentes a antimicrobianos usuais da prática clínica. Determinar o tipo de agentes etiológicos envolvidos nas IPCS hospitalares e conhecer o perfil local de resistência aos antibióticos contribuirá com a adequada escolha da terapia antibiótica empírica e consequente impacto positivo nos desfechos clínicos. O objetivo deste estudo foi conhecer o perfil microbiológico e a taxa de letalidade das IPCS nas crianças menores de um ano de idade internadas em um hospital público, referência materno infantil da região norte do Brasil. Foi realizado um estudo tipo coorte retrospectiva, onde foram avaliados dados demográficos e o desfecho clínico das IPCS hospitalares com cultura de sangue positiva para germes patogênicos, que também foram analisados quanto ao perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos a partir do método Vitek2, no período de abril de 2015 a abril de 2018. Foram identificados 1763 casos de IPCS nas crianças menores de um ano de idade e 631 isolados de sangue positivos para cepas patogênicas. Os gêneros Candida e Klebsiella foram os principais agentes etiológicos das IPCS hospitalares e os recém-nascidos prematuros, do sexo masculino e com baixo peso ao nascer foram os mais acometidos. O fenótipo ESBL (extended-spectrum beta-Iactamase/beta-lactamase de espectro estendido) ocorreu em 70,8% das cepas de Serratia marsecens. A taxa de letalidade geral foi de 36,3%. O uso de cateter venoso central, de ventilação mecânica e internação nas unidades de terapia intensiva foram associados a maior mortalidade. Na análise multivariada, o patógeno Candida (p=0,05) foi o mais, significantemente, associado aos óbitos. As IPCS hospitalares são eventos adversos graves e associadas a taxa de letalidade elevada nas crianças menores de um ano de idade.