As dimensões do risco hidrometeorológico na cidade de Vigia de Nazaré-Pa, Zona Costeira paraense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: BARRETO, Cairo Eduardo Carvalho lattes
Outros Autores: https://orcid.org/0000-0002-4768-4724
Orientador(a): PIMENTEL, Marcia Aparecida da Silva lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Museu Paraense Emílio Goeldi
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/16810
Resumo: A cidade de Vigia de Nazaré, localizada no Nordeste paraense, Setor Continental Estuarino da Zona Costeira paraense, possui uma problemática histórica de inundações, causadas principalmente por efeitos da maré, período chuvoso com consideráveis acumulados de precipitação e incorporação das planícies flúviomarinhas inundáveis à área urbana. O objetivo geral é compreender a relação entre a dinâmica das inundações e o processo de ocupação na cidade de Vigia de Nazaré-PA, produzindo um diagnóstico sobre risco aos eventos hidroclimáticos extremos considerando fatores temporais assim como os da dinâmica costeira, que em consonância convergem para a realidade vivida pela população local. Para tanto, será necessário compreender o processo de ocupação na cidade de Vigia, principalmente sobre área de planície de inundação, a dinâmica dos fenômenos hidrometeorológicos e definir as dimensões do risco em Vigia, a partir de dados socioambientais. Para produzir as análises a pesquisa dispôs dos dados do Centro de Hidrografia Marinha (CHM), para previsão de maré, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), para entender o sazonalidade da precipitação, e ainda, foi realizado um aerolevantamento através de uma cooperação com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM-CRBE), visando a produção de um Modelo Digital de Terreno (MDT) de altíssima resolução para determinação da área de abrangência da planície de inundação e um ortomosaico para visualização das feições urbanas, entre outros. Os dados socioeconômicos (IBGE, 2010; IFDM, 2010) e de saúde (DATASUS, 2014; 2016), para a reconhecer a vulnerabilidade ao risco do município em relação aos demais da região costeira, foram adaptados de outro estudo, incorporando outros dados de saúde, de fonte do DATASUS. Ferramentas de estatística e geoprocessamento foram aplicadas nestes dados para compor as análises. Os principais resultados encontrados foram: trata-se de uma problemática histórica, decorrente de um risco socialmente construído, admitido pela população e negligenciado pelo poder público; ⅓ da ocupação da área urbana está sobre a planície flúvio-marinha, sob influência de maré, sendo grande parte desta área, incorporada recentemente ao espaço urbano, mais fortemente a partir da década de 1980, no contexto da recente reestruturação do espaço regional amazônico. Sua dinâmica natural abrange marés semi-diurnas, podendo alcançar 4,56 m; possui intenso período chuvoso, para a característica regional da Amazônia oriental, com maiores acumulados de precipitação nos meses de janeiro a maio, entre 307,1 mm e 489,9 mm, sendo o trimestre chuvoso, FEV-MAR-ABR, passando os 400 mm de chuva e 25 dias de frequência diária de precipitação em média (FDPRP). Ainda, há registros de eventos de inundações atingindo mais de 4000 residências, na área urbana, sendo esses eventos frequentes durante a série histórica pesquisada (1991-2020). O município ainda possui uma alta vulnerabilidade socioambiental ao risco, dentre os municípios da região costeira. Estes e os demais resultados podem formar um diagnóstico sobre risco hidrometeorológico da cidade de Vigia, dando subsídios para ações em diversas escalas, seja de monitoramento ambiental, disciplinando e orientando uso e ocupação do solo, e ainda em investimentos nas áreas sociais e no sistema de saúde, a fim de mitigar os efeitos dos eventos de inundação.