Mineralogia e geoquímica dos depósitos de fosfatos aluminosos lateríticos da região Bonito-Ourém, no Estado do Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: QUEIROZ, Alan Felipe dos Santos lattes
Orientador(a): COSTA, Marcondes Lima da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14826
Resumo: Pesquisas recentes desenvolvidas na região de Bonito-Ourém proporcionaram a descoberta de 4 alvos, denominados de Serrotinho, Serrote, Tracuá e Caeté, cuja avaliação da composição química preliminar indicou uma potencialidade econômica para fósforo, semelhante ao depósito fosfático de Bonito. Todavia, novas observações e estudos químicos envolvendo cálculos estequiométricos foram realizados e apontaram para possíveis variações mineralógicas em dois dos quatro alvos em relação a mineralogia predominantemente crandallítica do depósito de Bonito. O presente estudo teve como principal objetivo investigar a geologia, mineralogia e geoquímica desses novos depósitos, visando identificar possíveis variações destes depósitos com os do depósito de Bonito e da região do Gurupi, além de investigar se estes depósitos se enquadrariam no modelo genético da grande maioria dos depósitos de fosfatos de alumínio da região Nordeste do Pará e Noroeste do Maranhão. A metodologia consistiu na visita técnica, descrição de testemunhos e coletas de amostras, seguidos pelas atividades analíticas/laboratoriais, como microscopia óptica, difração de raios x e análises químicas em rocha total. Em geral, os alvos Serrotinho, Serrote, Tracuá e Caeté constituem pequenos morros isolados, com altitudes variando entre 50 a 90 m, sustentados por formações lateríticas maturas, completos e/ou truncados e com pelo menos um horizonte enriquecido em fosfatos de alumínio. Os perfis não ultrapassam a espessura de 9 m e estão frequentemente estruturados em quatros horizontes, constituídos da base para o topo por um horizonte saprolítico, um horizonte argiloso, um horizonte aluminoso fosfático e um horizonte ferroaluminoso fosfático. A mineralogia e a distribuição dos minerais nos perfis são horizontes-dependentes e similares entre os perfis investigados. Em Serrotinho e Serrote os fosfatos predominantes pertencem a série da crandallita-goyazita e da woodhouseíta-svanbergita, além de wardita subordinada. Já em Tracuá há o predomínio da augelita e em Caeté predominam a augelita junto da variscita. Em Tracuá e Caeté, além dos fosfatos, há a presença de gibbsita que compõe a mineralogia principal da crosta aluminosa fosfática dos perfis. A partir dos resultados, pode-se constatar que os depósitos de Serrotinho, Serrote, Tracuá e Caeté guardam muitas semelhanças entre si e com os depósitos e ocorrências de fosfatos lateríticos da região do Gurupi, em especial com Sapucaia e Boa Vista. Entende-se que Serrotinho e Serrote derivaram da mesma sequência sedimentar aluminossilicatada dos depósitos de Sapucaia, Boa Vista, enquanto Tracuá e Caeté podem ter sido desenvolvidas sobre sequências metassedimentares enriquecidas em fosfatos, semelhante aos depósitos de Pirocaua e Cansa Perna na região do Cinturão Gurupi.